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Infarto é uma
área cerebral que sofreu necrose, comumente por oclusão
de uma artéria por aterosclerose, trombo ou êmbolo. São
o tipo mais comum de acidente vascular cerebral.
A grande maioria dos infartos cerebrais por oclusão arterial são no território da A. cerebral média, variando desde poucos milímetros até infartos de todo território.
INFARTOS ANÊMICOS O infarto cerebral clássico é anêmico e em forma de cunha, com a parte mais larga voltada para a superfície e atingindo praticamente sempre o córtex. A primeira evidência do infarto aparece várias horas após a oclusão vascular e consiste de edema, discreto em infartos pequenos e intenso nos grandes, que pode causar desvios da linha média e hérnias. Há aumento de volume da área infartada e borramento dos limites entre a substância branca e a cinzenta. A diminuição da consistência é melhor apreciada em cérebros fixados: nestes, as áreas normais endurecem, mas as infartadas continuam moles. Após uma semana, o infarto assume consistência de papa (necrose liquefativa). O material necrótico é gradualmente eliminado, restando cavidade de paredes irregulares, amareladas e de consistência mais firme, devida à gliose. A cavidade não é vazia, e sim atravessada por traves de tecido gliótico e vasos. Se o infarto for pequeno pode não haver formação de cavidade. Seis horas após a necrose: os neurônios da área infartada mostram necrose, aqui chamada de alteração celular isquêmica (picnose nuclear e eosinofilia do citoplasma) e assim permanecem por cerca de quatro dias, desaparecendo após. Podem também sofrer calcificação. Após 24 a 48 horas, há tumefação das células endoteliais dos capilares. Surge exsudato de neutrófilos, logo substituído por monócitos e células da micróglia ativadas, que fagocitam os restos necróticos. Como estes são ricos em lípides, os fagócitos apresentam citoplasma vacuolado, constituindo as células grânulo-adiposas, que se tornam o elemento mais abundante nos dias e semanas seguintes. A partir do quinto dia são notados astrócitos gemistocíticos na margem da área infartada. Estes aumentam em número e volume, sintetizando abundantes fibrilas gliais. Com o passar dos meses os astrócitos gemistocíticos se transformam em astrócitos fibrosos. Estes e as fibrilas gliais formam a cicatriz glial ou gliose, que resta como sinal permanente do infarto. (Obs. os
tempos mencionados são aproximações).
Formação ou não de cavidade ou cisto. Os astrócitos são as células que sintetizam fibrilas gliais e, portanto, são fundamentais para a formação de gliose cicatricial numa área lesada. Se os astrócitos sofrerem necrose, naquele local não se formará gliose e, uma vez fagocitados os restos necróticos, aparecerá uma cavidade. Isto é, geralmente, o que acontece na região central do infarto, especialmente se extenso. Na periferia, a anóxia é menos intensa, permitindo a sobrevida dos astrócitos e formação de gliose. Portanto,
infartos
antigos maiores, a partir de um certo diâmetro, são
císticos,
com gliose na parede. Os menores mostram só perda de neurônios
e gliose, sem formar cavidade.
Infartos cerebrais originados
em oclusão venosa são
sempre hemorrágicos.
a) quando há lise parcial de um trombo (ou êmbolo) oclusivo, este pode progredir ao longo da artéria, deixando livre uma colateral. Restabelece-se, então, o fluxo sangüíneo por esta. Estando o leito capilar já lesado, o sangue extravasa para o interstício, transformando em hemorrágico o infarto que inicialmente era anêmico. b)
alívio de compressão extrínseca sobre uma artéria,
como é freqüente em hérnias.
c) fluxo abundante através de anastomoses, seguido de hemorragia no território antes isquêmico; d) congestão passiva intensa no sistema venoso. a)
e b) são mais importantes.
Sintomas e sinais clínicos de isquemia cerebral
É comum que pacientes com infarto cerebral tenham antecedentes de déficit neurológico episódico, de início súbito e regressão completa, geralmente em alguns minutos ou, no máximo, em 24 horas. Estes episódios são conhecidos por acidentes (ou ataques) isquêmicos transitórios. Pode haver parestesias (formigamentos ou amortecimento) ou paresia de uma extremidade ou da face, ou episódios de afasia, sempre passageiros. A teoria mais aceita para explicar os AITs é a embólica: seriam causados por pequenos tromboêmbolos ou material de placas de aterosclerose, que obstruiriam pequenos vasos intracerebrais. É difícil comprovar a hipótese, já que o fenômeno é transitório: os êmbolos se dissolvem e desaparecem na circulação distal. Às vezes podem ser detectados na retina, em exame fundoscópico. A principal evidência é indireta: pacientes com AITs submetidos a cirurgia corretiva nos vasos do pescoço tiveram menos recidivas que os tratados de forma conservadora. A principal importância dos AITs é ser sinal premonitório de um infarto cerebral permanente, que pode ocorrer nas semanas ou meses seguintes. Contudo, nem todos infartos cerebrais são precedidos de sinais de alerta. |
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