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Efeitos
sobre a autoregulação do fluxo sangüíneo cerebral.
O fluxo sangüíneo cerebral em normotensos é da ordem de 50 ml. por 100 g. e por minuto e constante para pressão arterial média de 60 a 140 mmHg. Isto ocorre por autoregulação, ou seja, as arteríolas cerebrais adaptam seu diãmetro à rpessãode perfusão, resultando em fluxo constante. Em hipertensos,
o fluxo é semelhante ao dos normotensos e há, como nestes,
autoregulação. Contudo, a curva do fluxo vs. pressão
arterial média está deslocada para a direita, indicando que
a autoregulação está adaptada às pressões
mais elevadas. O grau de deslocamento da curva depende da duração
da hipertensão. Na fig. abaixo, a curva cheia corresponde a normotensos,
a tracejada a hipertensos.
A importância desta observação está em que, nos hipertensos, valores de pressão arterial que seriam considerados "normais" para normotensos podem estar abaixo do limite mínimo da autoregulação e, portanto, podem levar à queda do fluxo cerebral. Terapia antihipertensiva pode induzir lesões isquêmicas em zonas limítrofes ou no hipocampo, assim deve ser conduzida com cautela. Lesões
vasculares na hipertensão arterial
A hipertensão causa lesões nas artérias cerebrais de grande, médio e pequeno calibre, semelhantes às observadas em outros órgãos, como o rim. Nas artérias calibrosas, como as Aa. carótidas internas, cerebrais médias, vertebrais e basilar, o efeito da hipertensão é acentuar e acelerar a aterosclerose :
Há também alongamento e espiralamento destes pequenos vasos. O tecido perivascular sofre atrofia por anóxia crônica e o espaço perivascular se alarga, podendo tornar-se visível a olho nu como minúsculos orifícios. São cavidades com um ou poucos milímetros de diâmetro, encontradas nos núcleos da base, tálamo e base da ponte em cérebros de hipertensos. Consistem ou de espaços perivasculares alargados como acima descrito ou de microinfartos devidos à oclusão de pequenas artérias ou arteríolas. Podem ser alongadas, arredondadas ou irregulares. Histologicamente, a pequena cavidade é circundada por gliose e pode conter macrófagos, por vezes com hemossiderina. Quando há numerosas lacunas na substância cinzenta (p. ex. no striatum, pallidum ou tálamo), fala-se em estado lacunar (latim: status lacunaris); quando as mesmas são observadas na substância branca, usa-se o termo estado crivoso (francês: état criblé). Lacunas
não são exclusivas de hipertensos, podendo ocorrer em normotensos
idosos. Contudo, sua presença, especialmente se numerosa, é
muito sugestiva de hipertensão crônica.
É um estado agudo, conseqüente à elevação rápida da pressão arterial por várias doenças, como toxemia gravídica, glomerulonefrite aguda, feocromocitoma ou hipertensão maligna. Os pacientes apresentam cefaléia intensa, obnubilação, crises convulsivas e coma. Se não for possível controlar a hipertensão, o quadro geralmente evolue para óbito. As principais alterações consistem de intenso edema cerebral, hiperemia, hemorragias petequiais difusas e necrose fibrinóide de arteríolas com trombose hialina. Pode haver necrose focal de neurônios. Admite-se que a elevação da pressão arterial acima do nível máximo de autoregulação levaria a um aumento excessivo do fluxo sangüíneo e vasodilatação forçada. Esta causaria lesão endotelial na microcirculação, dano à barreira hemo-encefálica e edema cerebral. Hemorragias cerebrais por hipertensão arterial - clique para ir à página. |
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