Tumor neuroectodérmico primitivo  periférico 
(pPNET) em raíz cervical
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Aspecto geral. 

Neoplasia indiferenciada de pequenas células, infiltrando tecido fibroso, freqüentemente formando lóbulos (grupamentos celulares) em meio a material hialino amorfo.  O aspecto é notavelmente uniforme em todas as áreas examinadas do tumor. 

As células têm aspecto homogêneo, com escassa variação de forma, volume ou cromatismo nuclear. O citoplasma é muito escasso e difícil de distinguir. O arranjo das células é sólido, não sendo encontradas rosetas de Homer Wright ou pseudorosetas perivasculares, que são sinais clássicos de diferenciação neural.
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Aspectos com aumento forte, sendo possível notar figuras de mitose e apoptose. 
Só pelo aspecto em HE não é possível classificar o tumor segundo a linhagem, sendo clara apenas sua malignidade.  As hipóteses mais importantes são linfoma, carcinoma indiferenciado, sarcoma indiferenciado, melanoma amelanótico de pequenas células e tumores do grupo do sarcoma de Ewing / tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET).  Imunohistoquímica é indispensável para decidir entre estas categorias. 
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Traves de material hialino,  por vezes espessas e proeminentes, eram uma feição chamativa deste espécime. 
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Raízes e gânglios sensitivos, por vezes infiltrados pelo tumor. Os gânglios de raíz posterior caracterizam-se por grandes neurônios, cujo corpo celular é arredondado, sem dendritos (neurônios unipolares). São circundados por células com núcleo achatado, análogas às células de Schwann, e chamadas células satélites. As raízes são presumivelmente posteriores por estar junto com os gânglios e possuem grandes axônios mielínicos. Os aspectos abaixo correspondem a áreas normais. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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CD99. Esta glicoproteína de membrana é positiva na virtual totalidade dos tumores da linhagem Ewing/PNET, em padrão membrana. Contudo, é inespecífica, podendo ocorrer em outros tumores, como linfoma linfoblástico, que precisam ser pesquisados por marcadores hematológicos (abaixo). 
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CD3. Marcador de linfócitos T, negativo em todo o espécime. 
CD20. Marcador de linfócitos B, negativo em todo o espécime. 
O espécime foi também negativo para TdT (marcador para linfomas linfoblásticos) e LCA  (antígeno leucocitário comum). Com este painel fica afastado um linfoma. 
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VIM. Vimentina, positiva no citoplasma de parte das células neoplásicas.  Inespecífica, mas compatível com sarcoma de Ewing/PNET. 
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NSE. Considerado marcador neuroendócrino de alta sensibilidade e baixa especificidade. Aqui com positividade citoplasmática e nuclear. 
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SNF. Sinaptofisina, marcador de diferenciação neuronal, aqui positivo no citoplasma de células isoladas. Positividade é forte e nítida, mas em poucas células.  Extensas áreas foram negativas. 
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CD56. Ou NCAM (neural cell adhesion molecule), positividade em raras células, geralmente na periferia celular. 
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AE1AE3. Coquetel para citoqueratinas, positiva no citoplasma de parte das células neoplásicas. Em várias células, a positividade ocorre em toda volta da célula (padrão difuso) mas, em outras, a positividade é paranuclear, focal, como uma pequena área circular ou pontual, conhecida como padrão dot, o que é considerado evidência de diferenciação neuroendócrina.  É sabido que cerca de 10% dos PNETs expressam queratina. A expressão não é tão extensa como nos carcinomas neuroendócrinos, em que a grande maioria das células se cora. Aqui, foi negativa em muitas áreas, sendo as demonstradas abaixo as mais intensas. 
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S-100. Negativa no tumor, com forte positividade nas raízes (controle interno). Nestas, são marcadas as células de Schwann e suas baínhas de mielina, observadas em cortes longitudinais e transversais. 
S-100. Controle interno positivo nas raízes.  S-100 é positivo nas células de Schwann e nas baínhas de mielina, que são formadas pela membrana externa da célula de Schwann enrolada em volta do axônio. 
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CD57. Ou Leu-7.  Resultado semelhante ao com S-100, negativo no tumor, com controle interno positivo nas células de Schwann e baínhas de mielina radiculares. 
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CGR. Cromogranina, uma proteína matricial de grânulos de neurosecreção, marcador de diferenciação neuroendócrina, presente em carcinomas neuroendócrinos. Aqui negativo. 
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Ki-67. Marcador de proliferação celular positivo em cerca de 10 % das células (estimativa sem contagem). 
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O tumor foi negativo para :
CD3, CD20, TdT, LCA - marcadores de linhagem hematológica - afasta linfoma;
HMB-45 - marcador de melanócitos - afasta melanoma (S-100 também seria positivo em melanoma);
Desmina, MyoD1 - marcadores  de linhagem muscular - afasta sarcoma. Também o chamado tumor desmoplásico de pequenas células redondas (desmoplastic small round cell tumor ou DSRCT) seria positivo para desmina;
CK20 - uma citoqueratina positiva no carcinoma neuroendócrino da pele, ou de células de Merkel. Afasta este tumor. 
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Agradecimentos.  Ao Dr. Leandro Luiz Lopes de Freitas, médico contratado do Depto de Anatomia Patológica da FCM - UNICAMP,  por inestimável colaboração no estudo imunohistoquímico deste caso. 
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Textos complementares relacionados:
Tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET)
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Tumores de pequenas células redondas
Sarcoma de Ewing / pPNET
CD99
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