Malformação Arterio - Venosa (MAV). 
2. Colorações especiais: tricrômico de Masson,  Verhoeff 
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Estas colorações ajudam a distinguir elementos do tecido que, em HE, coram-se todos pela eosina, em róseo.  O tricrômico de Masson destaca o colágeno em azul. As colorações para elástico e colágeno, como o Verhoeff e o Weigert-van Gieson, mostram o elástico em marrom escuro a negro, o colágeno em vermelho e outros tecidos em vários tons de amarelo. 
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Tricrômico de Masson. 

Esta técnica permite diferenciar o colágeno das paredes vasculares em azul, contra o tecido nervoso em róseo. Ao lado, lâmina escaneada com 600 dpi, embaixo com 1200 dpi. Detalhes abaixo. 

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Masson. 

O Masson é um tricrômico, ou seja, as estruturas são demonstradas em três cores:  núcleos em roxo (hematoxilina); citoplasma em vermelho (fucsina ácida) e colágeno em azul (azul de anilina). 

O tecido nervoso entre os vasos, e as fibras musculares lisas das paredes de artérias e veias coram-se em vermelho

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Vasos  da  MAV. 

Ampla variedade de canais vasculares, com os mais diversos aspectos, são encontrados.  Não raro, são tão anormais que a distinção entre artérias e veias é problemática. 

Um rápido exame do preparado mostra que a cor predominante é o azul, portanto o elemento preponderante dos canais vasculares são fibras colágenas. 

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Artérias. 

Artérias normais têm membrana elástica interna bem definida, e camada média com fibras musculares lisas dispostas compactamente em camadas circulares, com escassas fibras colágenas entre elas. Uma adventícia de tecido fibroso colágeno com poucos núcleos é a camada mais externa. 

A membrana elástica é melhor vista com Verhoeff ou Weigert - van Gieson. 

Para exemplos de vasos normais, clique :  artéria temporalvasos da medula espinal
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Veias. 

Veias têm camada média constituída por poucas fibras musculares lisas dispostas frouxamente em meio a fibras colágenas.  O caráter compacto e circular da camada média das artérias não é visto aqui. Também não se nota membrana elástica interna. 

Para mais sobre veias no sistema nervoso central, clique

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Vasos anômalos, de natureza mista ou duvidosa. 

Diversos vasos não se encaixam nos estereótipos de artérias ou veias, ou incorporam critérios de ambos. Alguns poderiam ser considerados veias arterializadas. Têm camada média que lembra uma veia pelo caráter esparso e desorganizado das fibras musculares lisas. Por outro lado, têm membrana elástica interna única, espessa e proeminente, uma feição característica de artérias. 

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Vaso anômalo recanalizado. 

Este pequeno vaso, por exemplo, tem camada média com fibras musculares lisas frouxamente dispostas em meio a abundante colágeno, lembrando uma veia, mas uma notável membrana elástica interna, como uma artéria. Além disso, a luz está reduzida a um diminuto conduto central de dimensões quase capilares, provavelmente por trombose, organização e recanalização de um trombo.

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Nódulo  fibrótico. 

Esta formação de fibras colágenas concentricamente arranjadas parece ter-se originado da organização de um trombo oclusivo em um grande vaso, sem recanalização. 

Para mais sobre trombos e sua evolução, clique (1) (2). 

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Tecido nervoso gliótico. 

O tecido nervoso entre os vasos também é anômalo, formado principalmente por astrócitos reativos, fibrosos ou gemistocíticos.  Isto se deve à lesão crônica por compressão, e também por anóxia crônica, pois o fluxo rápido pela MAV leva a deficiência da nutrição do tecido nervoso na região (fenômeno conhecido como steal, ou roubo em inglês).  Para aspectos do tecido gliótico em HE, clique. 

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Verhoeff. 

Esta técnica, uma variante do mais conhecido Weigert-van Gieson, cora o colágeno em vermelho pela fucsina ácida, (corante de van Gieson), e o tecido elástico dos vasos em preto (pela hematoxilina férrica de Weigert). Outros tecidos, como o tecido nervoso, tomam o amarelo do ácido pícrico, corante de fundo. 

Ao lado, lâmina escaneada com 600 dpi, embaixo com 1200 dpi. Detalhes microscópicos deste preparado adiante.

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Verhoeff. 

Uma das principais diferenças entre artérias e veias é a estrutura das camadas.  Artérias têm membrana elástica interna, que aparece em corte transversal como uma linha ondulada logo abaixo da íntima.  Veias não têm elástica interna. 

Na MAV, porém, devido às severas anomalias, nem todos vasos seguem esta regra.

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Veias arterializadas. 

Este vaso tem feições mistas entre artéria e veia. A proeminente membrana elástica interna é própria de uma artéria, mas a média é fina e com poucas fibras musculares. Propomos que se trate de uma veia dilatada que, devido à alta pressão e alto fluxo oriundos da rápida circulação pela MAV, tenha desenvolvido secundariamente uma membrana elástica interna. 

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Vaso recanalizado. 

O vaso ao lado tem uma membrana elástica interna bem definida. Porém, a média lembra mais uma veia que uma artéria, pela pobreza em fibras musculares e abundância de colágeno. Há espessamento da íntima com duplicação da membrana elástica. Além disso, a luz está quase totalmente ocluída por tecido conjuntivo frouxo derivado da organização de um trombo, processo que deve ter ocorrido há muito tempo.  Restou no centro uma pequena luz (recanalização incompleta). 

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 Para mais imagens deste caso: Exames de imagem Macro, HE
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Este assunto na graduação Texto : malformações vasculares do SNC: telangiectasias, cavernomas, MAVs. Características de imagem dos cavernomas
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