Ganglioglioma com  transformação anaplásica.
2. Recidiva com anaplasia. 
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Janeiro de 2004.  Grande lesão tumoral com efeito de massa, necrose central e impregnação periférica (ver página de neuroimagem). 
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Aspecto geral. Neoplasia altamente celular, sólida, composta por células com escassos prolongamentos formando fundo fibrilar. Algumas células eram globosas, com citoplasma abundante. 
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Atividade mitótica intensa, com mitoses típicas e atípicas. 
Proliferação vascular exuberante, com vasos anômalos, espessos, alguns com várias luzes e/ou trombose. O aspecto é semelhante aos pseudoglomérulos do glioblastoma multiforme
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Necrose coagulativa e hemorragias. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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GFAP. Forte e difusamente positivo nas células neoplásicas, indicando linhagem astrocitária. 
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VIM. Forte e difusamente positivo nas células neoplásicas, compatível com  linhagem astrocitária, mas a rigor inespecífico. 
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S-100. Forte e difusamente positivo nas células neoplásicas, indicando origem neuroectodérmica. 
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NSE. Forte e difusamente positivo nas células neoplásicas, indicando linhagem neuroectodérmica.  Embora NSE seja positivo em neurônios, sua especificidade é muito baixa, e freqüentemente marca também células gliais. 
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NF,  SNF.  Marcadores de neurônios de alta especificidade, aqui negativos em todas as células neoplásicas.
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CGR. Cromogranina, marcador de neurônios e células neuroendócrinas, positivo em células neoplásicas isoladas.
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Ki-67.   Positivo em cerca de 10% das células neoplásicas, indicando um potencial de proliferação bem maior que o da biópsia de novembro de 2000 (três anos antes).  p53 foi positivo fraco em poucos núcleos (não demonstrado). 
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Comentário

O tumor recidivado em janeiro de 2004 apresentou as feições habitualmente associadas ao glioblastoma multiforme. A reação imunohistoquímica para GFAP mostra que a transformação anaplásica ocorreu no componente glial do ganglioglioma original. Um achado curioso foi a positividade para cromogranina (CGR) em células isoladas da neoplasia, já que este é um marcador de neurônios e células neuroendócrinas, habitualmente negativo em astrócitos. 

A recidiva com anaplasia é evento raro em gangliogliomas, que são tumores de lenta evolução associados a prognóstico favorável e, freqüentemente, cura após a excisão cirúrgica. Os casos malignos são classificados como grau III ou IV da OMS. Nosso caso, se for classificado como astrocitoma, preenche critérios para grau IV (atipias, mitoses, proliferação vascular e necrose). 

  • Dash RC et al. Malignant supratentorial ganglioglioma (ganglion cell-giant cell glioblastoma): a case report and review of the literature.  Arch Pathol Lab Med 123: 247-50, 1999. 
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Para mais imagens deste caso: 
RM inicial  RM após 5 anos  Neuropatologia do tumor original
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Sobre  gangliogliomas : textos  (1) (2) Características de imagem Outros casos :  Neuroimagem e neuropatologia
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