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Esquistossomose com extensa necrose da medula espinal distal - Colorações especiais

Caso extremamente raro de necrose medular completa abaixo de T4 causada por esquistossomose mansoni, publicado em 1979. Na página anterior, HE.
Nesta página, tricrômico de Masson, reticulina, Weigert-van Gieson.

Tricrômico de Masson. Cora o colágeno em azul, mostrando fibrose na leptomeninge, em vasos com endarterite, e em torno de ovos.

Tricrômico de Masson - Raízes degeneradas da cauda eqüina. Parte da cauda eqüina tem raízes degeneradas e parte estão normais. Presumivelmente, as normais são as posteriores. Os neurônios motores do corno anterior sofreram necrose maciça, o que justifica que as raízes anteriores estejam desprovidas de axônios e preenchidas por macrófagos. Trata-se de um exemplo de degeneração Walleriana, ou seja, degeneração de todo o axônio após morte do corpo celular do neurônio, ou degeneração do coto distal após secção do axônio. Neste último caso, mesmo que o corpo celular sobreviva, o coto distal degenera em poucos dias devido à perda do fluxo axonal.
Corte transversal. Não é possível identificar axônios. Os espaços onde estes estavam, delimitados por delicadas fibras colágenas, contêm células de Schwann, macrófagos e restos de mielina, que parecem pequenas argolas vazias, ou grumos de material granuloso. Os restos de mielina são englobados tanto pelas próprias células de Schwann como por macrófagos provenientes do sangue.




A distinção entre macrófagos e células de Schwann desprovidas de axônio é difícil sem microscopia eletrônica. Admitimos que as células de Schwann sejam os elementos com núcleo maior e nucléolo evidente. Após a degeneração do axônio, as células de Schwann multiplicam-se, seu metabolismo aumenta e seu citoplasma participa na digestão dos restos de mielina degenerada.

Corte longitudinal. Aqui parece mais fácil a distinção entre macrófagos e células de Schwann: os macrófagos têm citoplasma de limites arredondados e nítidos, seu núcleo é menor e o nucléolo é menos evidente. Tanto os macrófagos como as células de Schwann ficam no interior dos tubetes de colágeno que antes continham os axônios envoltos por Schwann.

Para comparar:
Raíz anterior (degenerada)	Raíz posterior (normal)




Para mais cauda eqüina normal em HE, Masson, reticulina e PTAH, clique.

Reticulina. Como o tricrômico de Masson, a impregnação argêntica para reticulina é útil para mostrar a fibrose das meninges e a endarterite produtiva conseqüentes ao processo inflamatório crônico.
Fibrose da leptomeninge. Abaixo, mesmo campo mostrado com Masson. A meningite crônica do sulco mediano anterior leva à produção de fibras reticulínicas, que avançam lateralmente, mesclando-se com o tecido necrótico.

Vasculite. Em volta de pequenos vasos parenquimatosos com vasculite desenvolve-se uma exuberante coroa de fibras reticulínicas, que permanece após a necrose.

Lesão radicular com reticulina. As lesões nas raízes destacam-se na impregnação argêntica para fibras reticulínicas como áreas claras. Para imagens de raízes normais com a mesma técnica, clique. Na última linha do quadro, comparação da mesma área em HE e reticulina.

Weigert van Gieson. Esta técnica tradicional de coloração para elástico e colágeno é de escolha para demonstração das endarterites. Fibras colágenas se coram em vermelho, elástico em marrom escuro a preto, e o restante em amarelo.
Endarterite produtiva. Há proliferação das células da camada íntima com espessamento desta e redução da luz. A membrana elástica interna, quando presente, delimita a camada média da íntima espessada.