Tumor  neuroectodérmico  primitivo  periférico  espinal extradural  intracanal.  2. IH
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Destaques  da  imunohistoquímica. 
CD99.  Positividade difusa em membranas. Texto CD20. Positivo em raros linfócitos, negativo no tumor CD56.  Positividade focal em membranas e citoplasma : diferenciação neural
SNF.  Positivo em raras células : diferenciação neural.  S-100. Positivo em raras células : diferenciação neural. Ki-67. Positividade em cerca de 20% dos núcleos das células neoplásicas. 
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CD99. 

Positividade em membranas para este antígeno é o elemento mais importante para diagnóstico de sarcomas de Ewing e pPNETs. 

Clique para breves textos sobre CD99, sarcoma de Ewing, tumor neuroectodérmico primitivo periférico

 
CD99. 

O antígeno p30/32 MIC2, também referido como CD99 ou produto do gene MIC2, é uma glicoproteína de superfície celular, de peso molecular relativo de 30 a 32 kD, que parece estar envolvida em processos de adesão celular.  Foi inicialmente descrito como um polipeptídeo expresso em leucemia linfoblástica aguda de células T e um subgrupo de timócitos corticais.  Foi também encontrada em um grupo de células hemopoiéticas precursoras na medula óssea humana, com a expressão diminuindo com a maturação celular. 

O gene MIC2 foi mapeado à região terminal do braço curto do cromossomo X (p22.32-pter) e à região de eucromatina do cromossomo Y (Yq11-pter).  O gene é expressado nos dois sexos e escapa da inativação do cromossomo X. Foi o primeiro gene pseudoautossômico descrito em humanos. 

A principal aplicação deste antígeno foi para o diagnóstico diferencial de tumores de pequenas células redondas da infância.  O marcador é fortemente expressado no sarcoma de Ewing e no tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET) que lhe é intimamente relacionado. Ambos mostram forte positividade em membranas e citoplasma.  Outros estudos também demonstraram positividade para leucemia linfoblástica aguda (LLA) e leucemias relacionadas, e rabdomiossarcoma (em grau bem menor). 

Mais recentemente, imunorreatividade para este marcador foi demonstrada em muitos tecidos normais – células ependimárias, ilhotas pancreáticas, urotélio, algumas células epiteliais escamosas e colunares, fibroblastos, células endoteliais e células de Sertoli ou da granulosa. 

Entre os tumores de células fusiformes que mostram positividade variável para CD99 estão os sarcomas sinoviais, hemangiopericitomas, meningiomas, tumor fibroso solitário e (muito raramente) mesoteliomas.  Tumores epiteliais que podem expressar CD99 incluem tumores neuroendócrinos como tumores de ilhotas pancreáticas, carcinóides e carcinomas tipo oat cell

Fonte: Leong AS-Y, Cooper K, Leong FJW-M.  Manual of Diagnostic Antibodies for Immunohistology. 1999, Greenwich Medical Media Ltd, London. p. 115-6. 

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CD20._O diagnóstico diferencial deste tumor inclui linfomas. O espécime foi negativo para CD20 (marcador de linfócitos B), com controle interno positivo (linfócitos B do sangue periférico em trânsito pelo tumor).  É sempre importante o encontro de alguma célula positiva para validar a reação. A negatividade total pode ser devida a falha da técnica.  Para CD3 (marcador de linfócitos B) o resultado foi semelhante, não demonstrado aqui. 
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CD56  (resultados semelhantes com CD57).  CD56 é um antígeno de superfície mediador de adesão intercelular e considerado evidência de diferenciação neural. Aqui, a positividade em membranas foi observada em parte das células.  Para breves textos sobre estes antígenos, clique (CD56, CD57). 
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SNF._Sinaptofisina, uma proteína associada a vesículas sinápticas, é expressa por neurônios e células neuroendócrinas.  A positividade citoplasmática em células isoladas deste tumor também indica diferenciação neural. 
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S-100. _Proteína S-100 é expressa em células neuroectodérmicas, especialmente nas derivadas da crista neural, como células de Schwann e melanócitos.  Aqui, a expressão foi vista só em raras células, podendo ser nuclear, citoplasmática ou ambas. 
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VIM. _Vimentina foi negativa nas células tumorais, mas positiva em vasos e nas células do estroma.
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Ki-67. _Alta marcação, da ordem de 20% (estimativa visual, sem contagem), em acordo com o rápido crescimento do tumor. 
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Outras reações.  Negativo para: NF (neurofilamento);  CD3, com controle interno positivo (padrão semelhante ao demonstrado para CD20 acima);  CD57 - positividade em membranas, com padrão semelhante ao demonstrado para CD56 acima.
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Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital e Maternidade Madre Theodora, gentilmente contribuído pelo Dr. Donizeti César Honorato,  Campinas, SP. 
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Sarcoma de Ewing e Tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET). 

O sarcoma de Ewing e o pPNET são tumores malignos de pequenas células redondas primários de osso ou tecidos moles.  Apresentam dificuldades de diagnóstico diferencial por que as células redondas neoplásicas são semelhantes às dos linfomas, rabdomiossarcomas, neuroblastomas e carcinomas do tipo oat cell.  O sarcoma de Ewing e o pPNET têm fenótipo neural e compartilham a mesma translocação cromossômica. Por isso, devem ser vistos como o mesmo tumor, com graus variáveis de diferenciação neural. Os tumores que demonstram diferenciação neural em microscopia óptica, imunohistoquímica e microscopia eletrônica são tradicionalmente rotulados como pPNETs. Quando indiferenciados, são denominados sarcoma de Ewing. 

Incidência. Os dois tumores correspondem a cerca de 6 a 10% dos tumores malignos primários de osso e perdem apenas dos osteossarcomas no grupo dos sarcomas ósseos em crianças.  Dos sarcomas ósseos, o sarcoma de Ewing tem a idade de apresentação mais precoce. A maioria dos pacientes está na faixa de 10 a 15 anos e 80% ocorrem antes dos 20 anos.  Há discreta preferência pelo sexo masculino e forte predominância em caucasianos (negros são raramente afetados). 

Clínica.  O local mais comum de origem é nas diáfises dos ossos tubulares longos, especialmente o fêmur, e nos ossos chatos da pelve.  Apresentam-se como massas expansivas e dolorosas e podem se acompanhar de sinais inflamatórios. Alguns pacientes podem ter sinais sistêmicos, como febre, aumento da taxa de hemossedimentação, anemia e leucocitose.  Exames radiológicos mostram tumor destrutivo, lítico, permeativo, que se estende aos tecidos moles próximos. A reação periostal com deposição de camadas de osso reativo lembrando bulbo de cebola é característica.  Atualmente o tratamento com quimioterapia permite sobrevida de 5 anos de 75% e curas em 50%. 

Genética.  Em cerca de 85 % dos SE/pPNETs há uma translocação recíproca entre cromossomos 11 e 22 [t(11;22)(q24;q12)]. Em 5-10% outras translocações são encontradas. Em todos os casos há fusão do gene EWS no cromossomo 22q12 a um membro da família ETS de fatores de transcrição, especialmente FLT1.  O gene híbrido mais comum (EWS-FLI1), gerado a partir da translocação 11-22, funciona como um oncogene dominante. A proteína quimérica resultante atua como um fator de transcrição intrinsecamente ativo, que estimula a proliferação celular. 

Morfologia.  Os SE/pPNETs iniciam-se na medula óssea, de onde invadem o córtex e o periósteo para produzir massa em tecidos moles. As células uniformes, pequenas e redondas, em arranjo sólido, são pouco maiores que linfócitos. O citoplasma escasso pode acumular glicogênio e aparecer claro. Há pouco estroma, mas pode haver formação de septos fibrosos. Há poucas mitoses em relação à densa celularidade do tumor.  Rosetas de Homer Wright, quando presentes, indicam diferenciação neural. 

Fonte.  Chapter 26 – Bones, Joints and Soft Tissue Tumors. A. E. Rosenberg.  in Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease. 7th. Ed. Kumar V, Abbas AK, Fausto N (editors).   Elsevier, Saunders, 2005.  pp.1301-2. 

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 Para mais imagens deste caso: RM HE
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Textos complementares relacionados:
Tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET)
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Sarcoma de Ewing / pPNET
CD99
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