Linfoma T/NK sistêmico com extensão ao cérebro e  medula espinal.
1. Macroscopia do SNC

CÉREBRO - MACROSCOPIA
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Externamente, o cérebro estava fortemente edemaciado, com aplanamento de giros e apagamento dos sulcos. Observavam-se áreas hemorrágicas na leptomeninge, em continuidade com hematomas intracerebrais (ver cortes, quadros seguintes). 
A alteração mais proeminente era a hérnia de amígdalas cerebelares, que aparecia como um cone de tecido hemorrágico, circundando o bulbo.  Nos cortes de medula, ficou claro que o cerebelo herniado migrou pelo espaço subaracnóideo espinal até o nível  torácico, evidenciando a magnitude da pressão intracraniana por ocasião do óbito. 
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Hemisférios cerebrais.  Cortes frontais (ou coronais) mostraram vários hematomas intraparenquimatosos, localizados principalmente na substância branca do hemisfério D. Não havia hemorragia nos núcleos da base. Pequena quantidade de sangue nos ventrículos, oriunda dos hematomas.  Comparar com TC dois dias antes do óbito. 
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Lesão linfomatosa. 

Uma única pequena área em um giro parietal à E mostrou, em corte histológico, tratar-se de linfoma infiltrando o tecido nervoso.

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Rombencéfalo. 

Grandes hemorragias confluentes  praticamente destruiam os dois hemisférios cerebelares. 

MEDULA  ESPINAL - MACROSCOPIA
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À abertura da dura-máter, observou-se abundante material necrótico preenchendo o espaço subaracnóideo espinal, desde níveis cervicais até o nível torácico médio.  Este material amolecido era facilmente removido após secção da aracnóide, tanto na face anterior como na posterior. Histologicamente, revelou tratar-se de córtex cerebelar deslocado caudalmente a partir da hérnia de amígdalas, pela grande hipertensão intracraniana gerada pelas hemorragias. 
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Medula espinal torácica. 

Esta foto foi feita após remoção parcial do material cerebelar necrótico por abertura longitudinal da aracnóide, expondo a pia-máter da face anterior da medula e a artéria espinal anterior. Notam-se as raízes espinais envoltas pelo tecido necrótico. 

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Medula espinal em cortes. Em cima, cortes de medula torácica alta, com cerebelo necrótico circundando toda a medula. Embaixo, medula torácica baixa/lombar alta com hemorragias, correspondendo às áreas de infiltração linfomatosa. 
O cerebelo necrótico, com aspecto pastoso, estava contido entre a aracnóide e a pia-máter, mas estas membranas muito finas não são vistas neste corte transversal. Neste nível torácico não havia infiltração pelo linfoma, que era encontrado nos níveis mais baixos da medula torácica e altos da medula lombar.  Contudo, como houve lesão crônica  da medula, ocorreu degeneração walleriana dos fascículos gráceis, que contêm fibras ascendentes de propriocepção vindas dos membros inferiores.  Os fascículos gráceis sofreram desmielinização e gliose e aparecem em tom mais claro, como uma cunha, na parte medial dos funículos posteriores.  Em comparação, os fascículos cuneiformes (parte lateral dos funículos posteriores), bem como os funículos laterais e anteriores, têm a cor normal da medula.  Para comparar com o aspecto histológico em HE, e imunohistoquímica para CD68 (demonstra macrófagos), clique. 
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Medula espinal no nível do linfoma (torácica baixa e lombar alta) tinha aspecto francamente hemorrágico, como observado no cérebro. Havia áreas de linfoma sem hemorragia, que apareciam como tecido mais acinzentado que o resto da medula.  As hemorragias foram atribuídas à plaquetopenia (até 75000/mm3) e à invasão dos pequenos vasos pelas células linfomatosas. 
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Agradecimento.  Necrópsia realizada pelo técnico Vanderlei Dias da Silva, do Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, a quem agradecemos pela cuidadosa retirada do encéfalo e medula espinal. 
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Para mais sobre este caso: Página de resumo

Textos: 
Células NK
Linfomas T/NK

RM, TC
HE cérebro HE medula - Linfoma  HE medula - Outros achados
Linfoma medula IH Outros órgãos HE Endocárdio IH, tipagem
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