SÍNDROMES
MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS
As síndromes
mieloproliferativas crônicas (SMPC) constituem
um grupo de doenças que têm em comum os fatos de :
-
1) corresponder
a uma proliferação clonal de elementos hemopoéticos
totipotentes;
-
2) apresentar
aspectos histológicos que freqüentemente se sobrepõem,
ou seja, de proliferação dos elementos hemopoéticos,
por vezes com pouco ou nenhum componente displásico à morfologia;
-
3) apresentar
hemopoese eficaz, pelo menos nas fases iniciais da doença (diferentemente
das SMD);
-
4) apresentar,
em alguma fase da evolução do processo, mielofibrose, a qual
pode levar ao esgotamento da hemopoese e, portanto, à morte por
insuficiência medular. Esta pode ocorrer, também, em decorrência
da crise blástica, ou seja, transformação em uma leucemia
aguda.
-
5) ter em comum
alguns aspectos clínicos, como a existência de uma fase inicial
que pode passar despercebida por muito tempo e mesmo ser diagnosticada
em hemogramas de rotina. Esta é seguida por uma fase clínica,
com sinais e sintomas, como aumento de uma ou mais das séries hemopoéticas
no sangue periférico, esplenomegalia importante, fenômenos
circulatórios e vasculares (pletora, tromboses e hemorragias).
Por outro lado,
cada um dos tipos de SMPC apresenta particularidades biológicas,
clínicas e de evolução, que serão detalhadas
a seguir. As SMPC são:
-
1. leucemia
mielóide crônica (LMC); (25,5%)
-
2. policitemia
vera (PV); (38,5%)
-
3. trombocitemia
idiopática ou essencial (TI) (11 %)
-
4. mielofibrose
primária (MFP) ou mielofibrose crônica idiopática ou
metaplasia mielóide agnogênica. (25%)
As percentagens
entre parênteses referem-se a freqüência destas formas
numa grande série de 2144 casos.
1. LEUCEMIA
MIELÓIDE CRÔNICA
- acomete
mais adultos (30 anos ou mais); raridade em crianças
- medula
óssea infiltrada por células mielóides em vários
estágios de maturação; há eosinofilia e freqüentemente
aumento de megacariócitos atípicos (Lâmina
A-358)
- baço
costuma estar muito aumentado de volume; muito mais que na LMA e outras
SMPC (Peça OH-25)
- evolui
mais freqüentemente para crise blástica que para mielofibrose
2.
POLICITEMIA VERA
- acomete
adultos mais velhos
- devem-se
excluir causas de policitemia secundária (insuficiência cardíaca;
doenças pulmonares obstrutivas crônicas; hemoglobinopatias)
- a evolução
é muito mais lenta que a LMC e raramente apresenta crise blástica
3.
MIELOFIBROSE PRIMÁRIA
- acomete
adultos mais velhos
- apresenta
grandes esplenomegalias; baço é fonte de hemopoese, portanto
não deve ser retirado
- evolui
para insuficiência medular e raramente ocorre crise blástica.
LEUCEMIA
LINFÓIDE CRÔNICA
-
- acomete indivíduos
velhos; pode ser revelada por exame de rotina ou por sinais de anemia
-
- há
população monótona de pequenos linfócitos e
praticamente sempre é de imunofenótipo B; tem morfologia
indistinguível do linfoma não Hodgkin linfocítico
(Lâmina
A-284)
-
- em alguns
casos, pode haver progressão para linfoma de grandes células
e alta proliferação (síndrome de Richter)
-
- pode haver
hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia
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