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Estenose da A. carótida interna E e obstrução da D. Lesões de fronteira arterial com lacunas na substância branca |
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Masc.
31 a. Cor negra. Anemia falciforme diagnosticada aos 16 anos,
quando teve episódio de priapismo. Úlceras de MMII
(maléolos mediais D e E). Não há no prontuário
menção de seqüelas neurológicas.
Cintilografia de perfusão cerebral (SPECT, 2/2004) – Áreas focais de hipoperfusão na região fronto-parietal E e parietal posterior D. Perfusão cerebelar normal. |
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Neste paciente, as lesões afetam principalmente zonas de fronteira arterial entre as Aa. cerebrais anteriores e médias, ramos da A. carótida interna. Estas zonas vulneráveis estendem-se como faixas paralelas, cerca de 2 - 3 cm. lateralmente à linha média em cada hemisfério. São irrigadas pelos ramos terminais, onde a pressão e o fluxo são menores, mesmo em indivíduos sadios. Se há estenose das Aa. carótidas na base do crânio, como no presente caso, o fluxo e pressão serão ainda mais precários, insuficientes para manter a integridade do tecido nervoso. Haverá necrose de neurônios e glia, e reação cicatricial dos astrócitos remanescentes (gliose). Se até estes perecerem, forma-se uma cavidade, como observado aqui. |
MELHORES CORTES AXIAIS. A seqüência mais sensível para observação das lesões da substância branca é o FLAIR (fluid attenuated inversion recovery). As lesões destacam-se com forte hipersinal devido à maior quantidade de água no tecido gliótico, em relação à substância branca normal. Como no FLAIR há supressão da água livre, os ventrículos aparecem sem sinal, o que ajuda a salientar as lesões periventriculares. | ||
T1 SEM CONTRASTE | T2 | FLAIR |
As
lesões afetam as radiações anterior e posterior do
corpo caloso, chamadas respectivamente de fórceps menor e maior,
devido ao seu formato lembrando uma pinça. As fibras do joelho do
corpo caloso recurvam-se anteriormente para o interior dos lobos frontais
(fórceps menor) e as do esplênio fazem o mesmo para os lobos
occipitais (fórceps maior).
Em níveis mais altos, a lesão isquêmica estende-se como duas faixas ântero-posteriores ao longo da substância branca das zonas de fronteira. Onde a lesão é mais grave há cavitação, que aparece sem sinal em FLAIR porque aí há líquor (água livre). Já no T2, os dois tipos de lesão (sem e com cavitação) dão hipersinal, ficando difícil separá-las. |
MELHORES CORTES CORONAIS, SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE. Lesões de zona de fronteira aparecem em corte transversal no plano coronal, estendendo-se da superfície à parede ventricular entre o primeiro e segundo giros frontais (região conhecida como F1-F2) e em posição semelhante em cortes mais posteriores. | |
ANGIORESSONÂNCIA. Ausência de fluxo pela A. carótida interna D. A. carótida interna E tem diâmetro diminuído. Escasso fluxo pelas Aa. cerebrais anteriores, e pela A. cerebral média D. As Aa. vertebrais e a A. basilar estão aumentadas de diâmetro (fluxo maior) e tortuosas (aumento no comprimento), sugerindo que são responsáveis por grande parte do suprimento sanguíneo do território carotídeo através de colaterais. Clique para exemplos de angioressonância normal arterial (A) (B), venosa (A) (B), e angiografia digital normal. | |
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CORTES AXIAIS, FLAIR | ||
T1 | ||
T2 | |
CORTES CORONAIS, T1 | ||
CORTES SAGITAIS, T1 | ||
ANGIORESSONÂNCIA | |
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Angiografia digital normal | Angiorressonância arterial normal (A) (B) | Angiorressonância venosa normal (A) (B) |
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