Anemia falciforme. Infartos múltiplos em territórios da A. cerebral anterior D e ramos posteriores da A. cerebral média E; 
lesões de fronteira arterial na substância branca
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Fem.  19 a.  Cor negra.   Tem diagnóstico de anemia falciforme desde 1 ano de idade – apresentava fraqueza e desânimo. Em acompanhamento pela Hematologia desde aquela época.  Já recebeu várias transfusões. Foi diagnosticada calculose biliar e colecistectomizada aos 12 anos.   Mãe relata déficit mental e de aprendizado (na idade de 10 anos), atribuída a um AVC (sic), não sabe precisar a data.  Hemograma em 6/97 – hemácias falcizadas.  Hb 4,9 g/dL.  (normal 12 a 15,5 g/dL), 2.300.000 hemácias por mm3 (normal 4 a 5,5). Hematócrito 17 % (normal 37 a 47%). 
Não tem história familial de anemia falciforme. Segunda filha de pais não consangüíneos. 3 irmãos normais. 
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RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA 
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MELHORES  CORTES  AXIAIS.  Há infartos envolvendo córtex e substância branca, os maiores notados no território da A. cerebral anterior D, e da A. cerebral média E, na região parieto-occipital. Nesta região há considerável alargamento dos sulcos da convexidade cerebral.  Além disso, observam-se lesões de zonas de fronteira arterial, estendendo-se como faixas de hipersinal no FLAIR em sentido ântero-posterior, margeando os ventrículos laterais. 
T1 SEM CONTRASTE FLAIR T2
FLAIR é a melhor seqüência para visualizar lesões de substância branca. As áreas de perda da mielina e gliose, ocasionadas, por exemplo, por lesões isquêmicas, apresentam maior hidratação do tecido, que aparece claramente como hipersinal em FLAIR.  No caso, a faixa de hipersinal corresponde à zona limítrofe entre os territórios das Aa. cerebrais anteriores e médias, de cada lado. Esta é a zona de nutrição mais crítica, mesmo em condições normais, pois nos limites de cada território arterial o sangue chega com pressão menor e fluxo mais lento. 
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MELHORES  CORTES  CORONAIS. Aqui são visualizados os infartos já descritos acima e lesões de fronteira arterial, estas mais aparentes na seqüência FLAIR. 
T1 COM CONTRASTE FLAIR
FLAIR

Em cortes coronais, 
lesões  de  fronteira arterial entre os territórios das Aa. cerebrais anteriores e médias aparecem como focos de hipersinal na substância branca atingindo os ângulos dos ventrículos laterais.  Há também grande redução de espessura do corpo caloso por perda das fibras comissurais, lesadas pela isquemia de fronteira. 

ESPESSAMENTO DA DÍPLOE. 

Há espessamento intenso do osso esponjoso contendo medula óssea entre as tábuas ósseas do crânio pois, devido à anemia falciforme, há hiperplasia da medula para reposição das hemácias anômalas, que têm vida mais curta que as normais. 

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MELHORES  CORTES  SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE.  Os cortes, que vão da D para a E, mostram a área de infarto no território da A. cerebral anterior D;  intenso afinamento difuso do corpo caloso;  e áreas de infarto no lobo parietal E posterior. No terceiro corte, notar alargamento do sulco parieto-occipital e da fissura calcarina, e atrofia da área delimitada por eles na face medial do hemisfério, chamada cúneo, que é território da A. cerebral posterior. O cerebelo está intacto em todos cortes. 
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Espessamento da díploe e substituição do tecido adiposo do basoesfenóide por tecido hemopoiético são também notados nestes cortes sagitais. 
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ANGIORESSONÂNCIA.  Não se identifica a A. carótida interna E, nos seus segmentos cervical e intrapetroso.  O enchimento dos ramos à E provavalmente se dá por circulação colateral ou via A. comunicante anterior. Há um vazio de fluxo no hemisfério E, se comparado com o D, sendo a redução na vascularização mais nítida no território da A. cerebral média E, que é pobre em ramos.  Só é possível identificar uma das duas Aa. cerebrais anteriores, o que deve responder pelo infarto no território da A. cerebral anterior D.  Exames originais não legendados no fim da página. 
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No plano sagital, nota-se pobreza em ramos das Aa. cerebrais anteriores e médias. Há também um aspecto granulado de fundo que é devido a múltiplos pequenos vasos de circulação colateral. O mesmo é observado nos outros planos, acima.  Embaixo, exame normal para comparar. 
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Normal para comparar. Clique para exemplos de angioressonância normal arterial (A) (B), venosa (A) (B), e angiografia digital normal
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EXAME  EM  DETALHE
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CORTES  AXIAIS,  T1  SEM  CONTRASTE
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FLAIR
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T2
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DP
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CORTES  CORONAIS,  T1  COM  CONTRASTE
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FLAIR
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CORTES  SAGITAIS,  T1  SEM  CONTRASTE
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ANGIORESSONÂNCIA. 
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Texto  sobre  anemia  falciforme
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