Peça
SN-11. Cisticercose cerebral, forma racemosa. Leptomeningite
crônica de base. Infartos cerebrais por arterite. O
cisticerco estava localizado na tela coróidea, situada entre
o mesencéfalo e os ventrículos. (A tela coróidea é
a parte da leptomeninge que penetra no cérebro para, em associação
com o epêndima, criar o plexo coróideo). Atualmente, praticamente
não é mais possível observar as finas membranas do
cisticerco racemoso. Nota-se porém a cavidade que o mesmo deixou.
É uma cavidade com duas lojas, uma no hemisfério direito
e outra no hemisfério esquerdo. As duas lojas estão situadas
logo abaixo dos ventrículos laterais. Não confundir o ventrículo
com a cavidade deixada pelo parasita. Além disso, na fatia
de cérebro é possível observar-se três infartos
anêmicos, dois no hemisfério direito e um no hemisfério
esquerdo. Todos têm aspecto amolecido e a característica forma
em cunha.
Na peça
em cima (rombencéfalo), a leptomeninge da base mostra-se muito espessada,
obscurecendo as artérias e nervos. Não é mais possível
notar-se a artéria basilar. Trata-se de uma leptomeningite crônica
devida à presença do cisticerco. O exame histológico
destas artérias (ver em banco
de imagens), demonstrou espessamento da íntima das artérias,
ou seja, endarterite produtiva. Isto leva a redução
da luz, e foi responsável pelos infartos anêmicos observados
acima. |