Lâm.
A. 295/296. Cisticercose cerebral do tipo cellulosae. A
infestação pelo cisticerco
cellulosae, larva
da Taenia solium, é a parasitose cerebral por metazoários
mais comum em nosso meio. Geralmente há mais de uma larva e as localizações
mais comuns são na leptomeninge da convexidade cerebral ou na substância
cinzenta. O cisticerco tem uma cabeça (escólex) invaginada
no interior de uma vesícula, delimitada por uma membrana
que faz contato com o tecido do hospedeiro. A membrana tem basicamente
duas camadas, uma externa, delgada e densa, chamada camada quitinosa,
e uma interna, frouxa e mais espessa, chamada areolar. Na superfície
da camada externa observam-se microvilosidades, que aumentam a superfície
de absorção de nutrientes pelo parasita. O escólex
contém rudimentos de tubo digestivo e do aparelho de fixação
da futura tênia. Na camada areolar é possível ver-se
canalículos
do sistema de transporte de nutrientes. Enquanto o cisticerco permanece
vivo (até alguns anos), a reação inflamatória
nos tecidos vizinhos é geralmente pequena. No caso aqui observado
há apenas leve espessamento fibroso da leptomeninge com discreto
infiltrado inflamatório crônico. No córtex cerebral
não há lesão evidente. Quando o cisticerco morre,
sofre calcificação e a reação inflamatória
acentua-se devido à liberação de antígenos.
Isto é a regra para a forma cellulosae. Contudo, a
forma racemosa (ver lâmina seguinte, A.
382) causa reação inflamatória crônica intensa,
especialmente na leptomeninge da base. |