Gliossarcoma  de  hemisfério  cerebral  E.
1. HE
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Destaques  da  microscopia
HE.  Arquitetura fusocelular lembrando sarcoma  Atipias nucleares Mitoses
Necrose coagulativa  Infiltração meníngea Infiltração dos espaços  de  Virchow - Robin do córtex cerebral
Tricrômico de Masson. Fibras colágenas coradas em azul envolvendo as células individualmente  Reticulina. Fibras reticulínicas acompanhando as células neoplásicas  GFAP. Células neoplásicas expressam esta proteína própria de astrócitos 
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Lâmina  escaneada - HE. 

O único bloco fornecido tinha 5 fragmentos, todos com tecido tumoral. O maior e mais central mostrava a transição gradual do tumor (à D) para córtex cerebral (à E), com a má delimitação característica dos gliomas. 

Para lâminas escaneadas demonstrando reticulina e GFAP, clique. 
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Aspecto geral do tumor.  Neoplasia sólida fusocelular, constituída por células arranjadas em feixes multidirecionados. As atipias celulares são moderadas, exceto por células isoladas muito atípicas ou gigantescas. Figuras de mitose são esparsas e na maioria típicas. Áreas de necrose são relativamente escassas. Não se observam a proliferação vascular ou a necrose em pseudopaliçada, clássicas do glioblastoma multiforme.  Assim, o tumor lembra mais um sarcoma que um glioma. 

Há fibras colágenas e reticulínicas entre as células neoplásicas, circundando-as individualmente, como nos sarcomas. São melhor demonstradas, respectivamente, pelo tricrômico de Masson e pela impregnação argêntica para reticulina.  Contudo, parte das células neoplásicas expressa GFAP, uma proteína característica de astrócitos, e o tumor infiltra o tecido nervoso difusamente, sem limites nítidos, à maneira dos gliomas.  A natureza híbrida da neoplasia, onde coexistem feições de glioma e sarcoma, justifica o diagnóstico de um raro gliossarcoma.

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Arquitetura fusocelular. As células neoplásicas são alongadas, arranjadas paralelamente em feixes que se entrecruzam, lembrando tumores mesenquimais, como os sarcomas, entre eles o fibrohistiocitoma maligno.  Esta arquitetura pode também ser encontrada em gliomas 'puros', mas o presente caso se distingue por fibras colágenas e reticulínicas circundando ou acompanhando células individualmente, o que não acontece em gliomas. 
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Atipias.  Algumas células isoladas mostram atipias acentuadas, hipercromatismo, pseudoinclusões e/ou multinucleação. 
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Mitoses.   Diversas figuras de mitose, típicas e atípicas, foram encontradas. 
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Necrose.  Áreas de necrose coagulativa não eram proeminentes na amostra examinada. 
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Infiltração da leptomeninge e córtex. 

As fotos abaixo, numeradas 1 e 2, foram obtidas aproximadamente dos campos salientados pelos retângulos ao lado. 

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1.  Infiltração da leptomeninge. O tumor infiltrou e destruiu o giro vizinho e invadiu a leptomeninge do sulco. A partir daí, infiltra o córtex cerebral, permeando os espaços perivasculares de Virchow-Robin, que são contínuos com o espaço subaracnóideo. 
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2.  Infiltração do córtex. O tumor, proveniente de áreas mais à direita, permeia difusamente o córtex, formando um gradiente de celularidade decrescente da direita para a esquerda, em direção a áreas de córtex normal.  Esta infiltração difusa sem limites nítidos é típica dos gliomas. A invasão se dá por células individuais, sendo muito difícil, senão impossível, definir o fim da infiltração neoplásica. 
As fotos abaixo são detalhes da mesma área. 
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Infiltração cortical.  Células altamente atípicas, com núcleos volumosos e citoplasma abundante lembrando astrócitos gemistocíticos, invadem o neurópilo do córtex cerebral nas proximidades do tumor. O caráter em células isoladas é típico da infiltração dos gliomas. Outros tumores, como carcinomas, infiltram o tecido nervoso geralmente como blocos coesos. Alguns astrócitos podem ser reacionais, não neoplásicos. 
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Infiltração dos espaços  de  Virchow-Robin.  As células neoplásicas que infiltram o córtex por contigüidade, seja a partir da leptomeninge, seja  a partir de áreas adjacentes, tendem a agrupar-se em torno de vasos, nos espaços perivasculares de Virchow-Robin. Por vezes, o vaso fica totalmente obliterado e irreconhecível. Esta feição é uma característica das células gliomatosas: ao infiltrar, 'param' em interfaces do tecido nervoso, constituindo as chamadas estruturas secundárias de Scherer (1) (2).   São quatro as principais: 1 - interface leptomeninge - camada molecular; 2 - interface tecido nervoso - paredes vasculares;  3 - interface neurópilo - corpos celulares dos neurônios; 4 - interface tecido nervoso - epêndima.   Para mais sobre os estudos pioneiros deste neuropatologista alemão, clique
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Para mais imagens deste caso: RM Colorações especiais IH, texto
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