Melanoma maligno
Lam. A. 91

 
Lâm. A. 91.  Melanoma maligno da pele.  Tumor retirado da região lombar de uma mulher com 36 anos de idade. A lesão era enegrecida, elevada e ulcerada, medindo cerca de 2 cm. de diâmetro, com contorno irregular. 

 
PELE  NORMAL  NAS  PROXIMIDADES
 
Área da periferia do corte, fora do tumor. Os melanócitos são células derivadas da crista neural. Caracterizam-se por citoplasma claro, e geralmente contêm pouca melanina, pois injetam nos queratinócitos próximos a melanina que sintetizam (processo dito de secreção citócrina). Os melanócitos se localizam de forma espaçada entre os queratinócitos da camada basal da epiderme. Em geral, para cada 10 queratinócitos há um melanócito, mas a concentração é maior na porção apical dos cones epiteliais (fig. embaixo e à E.). O número de melanócitos varia nas diferentes regiões da pele, mas independe da raça; a diferença está na capacidade de produção de melanina. 

 
MELANOMA   MALIGNO
ÁREA  DE  CRESCIMENTO  VERTICAL  (REGIÃO CENTRAL ULCERADA)
ÁREA DE EXTENSÃO RADIAL 
TRANSIÇÃO PARA PELE NORMAL
 
            O melanoma é um tumor altamente maligno  que se origina de melanócitos na camada basal da epiderme e infiltra a derme. A porção central do tumor é espessa e ulcerada, já que a epiderme foi destruída pela neoplasia. Esta região é chamada de área de crescimento vertical do tumor.  Aí vemos uma área pigmentada (melanótica), onde as células neoplásicas produzem abundante melanina, e outra onde a melanina é escassa (área amelanótica). Pode haver casos em que não há produção de melanina em nenhuma parte do tumor (melanomas amelanóticos). Notar que a produção ou não de melanina não está relacionada ao prognóstico do melanoma.  De cada lado da porção central, há uma região onde a epiderme ainda está preservada, mas as células neoplásicas crescem na junção dermo-epidérmica. É chamada área de extensão radial do tumor, e faz transição para a pele normal. Neste caso, as margens cirúrgicas estão livres de neoplasia. 

 
  ÁREA  DE  CRESCIMENTO  VERTICAL:  PARTE  MELANÓTICA
ÁREA  DE  CRESCIMENTO  VERTICAL:  PARTE  AMELANÓTICA
COMPARAÇÃO

 
ATIVIDADE  MITÓTICA
 
Na porção central  o tumor ulcerou a epiderme e infiltra a derme. O tumor é sólido, com alta celularidade e é constituído por células atípicas, com núcleos hipercromáticos e citoplasma basófilo. O nucléolo é geralmente evidente e não raro eosinófilo. Há numerosas mitoses.  Há uma região melanótica e outra amelanótica. Nesta última, as células neoplásicas produzem muito pouca ou nenhuma melanina. O aspecto das células no melanoma pode ser muito variável. Pode lembrar células epiteliais, imitando um carcinoma; podem ser células fusiformes, lembrando um sarcoma; podem ser arredondadas e com pouco citoplasma, sugerindo um linfoma, etc.  Em casos de melanoma amelanótico indiferenciado o diagnóstico pode ser muito difícil na hematoxilina-eosina, particularmente se o tumor é metastático e não se sabe o local do primário. Nestes casos são utilizadas técnicas imunohistoquímicas para tentar demonstrar antígenos próprios do melanoma. Entre eles estão o HMB-45 e a proteína S-100 (presente em células originadas na crista neural), entre outros. 

 
 
ÁREA  DE  EXTENSÃO  RADIAL
 
Na chamada área de extensão radial, na periferia do tumor, as células neoplásicas avançam pelo limite dermo-epidérmico (aspecto lentiginoso) e em torno dos anexos, como glândulas e folículos pilosos (extensão radial e anexial). Formam massas celulares de aspecto frouxo que comprimem e destróem os queratinócitos.  Além da propagação radial, as células neoplásicas apresentam ainda progressão vertical, isto é, migração para a superfície, atingindo o estrato córneo na forma de células isoladas ou ninhos (melanocitose). Com o tempo, a epiderme é destruída, resultando ulceração. 

 
MELANOMA  MALIGNO

            O melanoma é um tumor comum da pele. Outra localização habitual é a coróide (camada pigmentada do olho, entre a retina e a esclera). Na pele, a luz solar é um fator predisponente importante e as regiões mais comumente afetadas são o dorso e membros inferiores. Indivíduos de pele clara têm maior risco. Alguns melanomas têm origem em lesões melânicas prévias como o nevo nevocelular (ver a lâmina A. 18). 

            O sinal clínico mais precoce do melanoma é o aparecimento de uma lesão pigmentada nova na vida adulta, ou a mudança de tamanho e/ou de cor em uma lesão pigmentada já existente. Ao contrário dos nevos, o melanoma costuma mostrar coexistência de várias tonalidades de marrom, negro ou outras cores na mesma lesão, e o contorno tende a ser irregular (não redondo como nos nevos). Pode haver prurido e sangramento. 

            No melanoma, as células neoplásicas podem apresentar dois tipos de crescimento, radial e vertical. Na fase inicial, o crescimento é radial ou horizontal. As células crescem na junção dermo-epidérmica, como observado nas lesões chamadas lentigos (daí o termo padrão lentiginoso). Clinicamente a lesão é plana, não elevada.  Esta fase pode durar muito tempo (até anos) sem que o tumor dê metástases. Com o tempo porém inicia-se a fase de crescimento vertical, em que as células infiltram tanto a epiderme acima, causando sua ulceração, como a derme mais profunda, atingindo vasos linfáticos e sanguíneos. A partir daí a ocorrência de metástases é praticamente certa. Clinicamente, esta fase se caracteriza por aparecimento de um nódulo saliente na lesão que era plana, e corresponde à emergência de um clone de células mais agressivas (através de mutações gênicas, aberrações cromossômicas, etc.).  A profundidade atingida pelas células neoplásicas quando do diagnóstico tem boa correlação com o prognóstico, por isso é medido pelos índices de Clark e de Breslow. 


 
Para uma metástase pulmonar de melanoma maligno, ver lâmina A. 378.

Para casos de melanoma maligno da coróide, um tumor maligno comum do globo ocular, clique aqui


 
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