Lâm.
A. 144. Leishmaniose visceral ou calazar. Fragmento
de baço onde se nota hipoplasia da polpa branca e intensa hiperplasia
da polpa vermelha, com espessamento dos cordões de Billroth. Comparar
com baço normal. Estes contêm
muitos macrófagos, em cujo citoplasma se observam numerosas leishmânias
como um pontilhado basófilo. São muito pequenas (2 mm)
e só bem observadas com objetiva de imersão. Não confundí-las
com o pigmento de formol. Este é um artefato histológico
comum em todos os órgãos e locais ricos em sangue, e se deve
à modificação da hemoglobina pelo formaldeído
para meta-heme livre ou hematina. O pigmento de formol tem cor negra
(não roxa) e é maior e mais grosseiro que as leishmânias.
A leishmaniose visceral é também conhecida como donovanose
ou calazar (kala-azar, do hindu febre negra). O parasita, a Leishmania
donovani, é transmitido pela picada de um mosquito do gênero
Lutzomya
(nas Américas) ou Phlebotomus (África, Oriente Médio,
Índia, China, Rússia). Há extensa parasitose
dos órgãos do sistema retículo endotelial. O
baço pode atingir até 3 kg, sendo esta, juntamente com a
leucemia mielóide crônica e com a doença de Gaucher,
causa de uma das maiores esplenomegalias conhecidas. |