Neoplasia  intraepitelial  cervical (NIC) + Condiloma  plano  viral  do  colo uterino
Lam.  A. 368

 
BIÓPSIA  DE  ENDOCÉRVICE
O material consta de um pequeno fragmento obtido por biópsia do colo uterino (endocérvice). O epitélio de revestimento do canal cervical (em cima na foto) mostra metaplasia escamosa com atipias, descritas em maior detalhe nos quadros abaixo (para um exemplo de metaplasia escamosa sem atipias ver lâmina anterior,  A. 101). O corte passa pela saída de uma glândula endocervical.  Na parte profunda do fragmento há glândulas endocervicais normais. O estroma apresenta infiltrado inflamatório crônico (portanto, cervicite crônica inespecífica). 

 
EPITÉLIO  PLANO  ESTRATIFICADO  NÃO-CORNEIFICADO   NORMAL
(da ectocérvice da Lâmina A. 101)
EPITÉLIO ENDOCERVICAL METAPLÁSICO MOSTRANDO 
NIC I +  CONDILOMA
O epitélio de revestimento da endocérvice (foto da D.) mostra metaplasia escamosa com as alterações características do condiloma plano viral  na metade superficial; e as da neoplasia intraepitelial cervical ou NIC na metade profunda. Notar a desorganização da estrutura em camadas do epitélio e a variação de tamanho e cromatismo dos núcleos. 
O condiloma plano é causado pelo papiloma virus humano (HPV). É de transmissão venérea e atualmente extremamente freqüente. É muito comum que as alterações do condiloma se associem às da neoplasia intraepitelial cervical (NIC) ou displasia do epitélio cervical, já que estas também são devidas ao mesmo virus. Ambas se acompanham de cervicite crônica inespecífica

 
 
CONDILOMA  PLANO  VIRAL   As alterações do condiloma plano viral são vistas nas camadas superficiais do epitélio e caracterizam-se por atipias nucleares (os núcleos ficam hipercromáticos e de forma e tamanho irregular, às vezes parecendo 'amassados'), e halo claro em volta do núcleo, o que se chama coilocitose (koilos = buraco). O conjunto é designado atipias coilocitóticas. É freqüente também a binucleação

 
 
NEOPLASIA  INTRAEPITELIAL  CERVICAL  (NIC) OU DISPLASIA DO COLO UTERINO.  As  alterações assim designadas iniciam-se nas camadas profundas do epitélio e progridem às superficiais. As células do tipo basal, que normalmente se restringem à camada mais profunda, passam às camadas seguintes e, na displasia grave (também chamada NIC III ou carcinoma in situ), ocupam toda a espessura do epitélio (não é o caso aqui).  Além disso, os núcleos ficam maiores e variam de tamanho, a cromatina é densa, há  perda da relação núcleo-citoplasma e da disposição regular do epitélio em camadas. As mitoses, normalmente limitadas à camada basal, são observadas também em camadas suprabasais e até em células já bem diferenciadas.  No presente material, as alterações displásicas se restringem ao terço inferior do epitélio, falando-se portanto em displasia leve ou NIC I. Nas camadas superficiais há atipias coilocitóticas devidas ao condiloma plano. É comum a coexistência das duas alterações, pois ambas são causadas pelo HPV.  Mais detalhes sobre NIC e sua graduação, ver lâminas A. 312 A e A. 312 B.

 
 
CERVICITE CRÔNICA INESPECÍFICA  é notada como infiltrado linfoplasmocitário na lâmina própria. 

 
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