Microabscessos no miocárdio, exemplo de necrose liqüefativa
Lam. A. 328

 
            Outro exemplo clássico de necrose liqüefativa são os abscessos. Abscesso é uma área de infecção purulenta localizada, e que constitui uma cavidade nova. Esta cavidade é formada por necrose do tecido por ação das bactérias e dos neutrófilos. Tanto as bactérias como os neutrófilos liberam enzimas proteolíticas e substâncias tóxicas, causando morte celular. A necrose neste caso é do tipo liqüefativo, pois as células mortas são rapidamente digeridas pelas enzimas provenientes de ambos. 
            Aqui utilizamos um corte de miocárdio de um paciente que morreu em  septicemia (proliferação de bactérias na corrente sanguínea). As bactérias localizaram-se em vários tecidos, produzindo múltiplos pequenos abscessos. 

 
Nesta imagem escaneada da lâmina (corte mais largo) observam-se pequenas áreas basófilas, que são os  microabscessos situados no miocárdio.

 
 
Nos microabscessos há duas áreas distintas: uma região central densa e fortemente basófila (roxa), que é constituída por uma colônia de bactérias. Em volta há um halo espesso de células inflamatórias, basicamente neutrófilos. O conjunto constitui o microabscesso

O fato de que há bactérias visíveis é evidência de que a reação inflamatória não foi suficiente para conter a proliferação das mesmas. Isto pode ser por depressão das defesas ou porque a virulência dos germes ou o tamanho do inóculo são muito grandes. 

A necrose liqüefativa é vista em fibras do miocárdio vizinhas aos microabscessos. As fibras necróticas aparecem como material eosinófilo anucleado e são relativamente escassas, pois as enzimas proteolíticas logo as digerem. 


 
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