Astrocitoma difuso de tronco cerebral 
Masc.  39 a. 
Atendido em 4/2005 com história de hemiparesia D, associada a disfagia e disartria, paralisia do véu palatino e dificuldade para elevação dos ombros,  queda do estado geral. Início há alguns meses e evolução progressiva. 
Ao exame: Consciente, orientado. 
Pupilas isofotorreagentes, movimentos oculares externos preservados.
Paralisia bilateral do IX, X, XI, XII pares cranianos. Tetraparesia global.
Ataxia da marcha.
Cirurgia – craniectomia retromastoidea suboccipital E, identificando-se lesão avermelhada, amolecida, aflorando na cisterna do ângulo ponto-cerebelar, da qual foi efetuada uma pequena biópsia. 

 
TOMOGRAFIA  COMPUTADORIZADA
Sem contraste  Com contraste 
TC com contraste, detalhes. Tomografia computadorizada não é o melhor meio para avaliar o conteúdo da fossa posterior, pois as massas ósseas que a flanqueiam (os rochedos temporais) provocam artefatos ('strikes'). Mesmo assim, neste caso, o tumor, melhor notado em RM (abaixo), aparece como uma massa hipodensa, que infiltra e alarga o bulbo e se continua cranialmente entre o cerebelo e a ponte, a nível do pedúnculo cerebelar médio E, deformando o IVº ventrículo. Não há impregnação pelo contraste iodado. 

 
RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA 
Em topografia de ponte e bulbo, lesão hipointensa em T1, hiperintensa em T2 e Flair, sem captação  de contraste, infiltrativa, com limites mal definidos em relação ao tronco encefálico.  Apresenta pequenas áreas mais hipointensas em T1, que poderiam corresponder a cistos ou áreas de necrose.  A lesão afeta praticamente a totalidade do bulbo, causando aumento de volume do mesmo, e avança sobre a porção baixa da ponte através do pedúnculo cerebelar inferior E, deformando parcialmente o IVº ventrículo.  Aflora na cisterna do ângulo ponto-cerebelar E. 
CORTES  AXIAIS, T1 SEM CONTRASTE
T1 COM CONTRASTE FLAIR T2
O hipersinal em T2 e Flair envolve toda a secção transversal do bulbo praticamente até a transição bulbopontina, depois restringe-se à porção lateral E e posterior do tegmento pontino e área próxima do centro branco medular do cerebelo.  Na ponte alta (cortes abaixo, em T2) só o pedúnculo cerebelar superior E é afetado e, no mesencéfalo, a substância cinzenta periaqueductal.  Notar ausência de impregnação por contraste. 
T2
CORTES  CORONAIS, FLAIR.  Acometimento praticamente total do bulbo, com hipersinal denotando caráter fortemente hidratado da lesão, que contém pequenas áreas de aspecto cístico. Infiltração da porção inferior da ponte e região adjacente do cerebelo à E. 
CORTES  SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE. Chama a atenção o aumento de volume difuso e hiposinal do bulbo. 

 
Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira (Chefe Prof. Antonio Augusto Roth-Vargas), gentilmente contribuído pelos Drs. Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e Hoyama da Costa Pereira. Imagens tomográficas por obséquio dos Drs. Caio Sauer e Lúcio Schoenmann do Nascimento, Centro Diagnóstico por Imagem (CDI), Limeira, SP. 

 
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