Tumor neuroectodérmico primitivo (PNET) de raízes da cauda eqüina.   2. IH.

 
Destaques  da  imunohistoquímica.  Para destaques da HE e colorações especiais, clique.
CD99.  Positividade forte e universal, citoplasmática e em membranas  CD56.  Positivo focal em membranas SNF. Positividade citoplasmática em células isoladas
VIM.  Positividade citoplasmática em células isoladas S-100.  Positivo em raízes, negativo no tumor CD34.  Positivo em endotélio e células conjuntivas proliferadas, negativo no tumor
1A4.  Positivo em vasos, negativo no tumor 1A4. Positivo em ligamentos infiltrados (miofibroblastos?) Ki-67. Marcação de cerca de 20% dos núcleos. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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CD99. Esta glicoproteína de membrana é positiva na virtual totalidade dos tumores da linhagem Ewing/PNET, em padrão membrana. Contudo, é inespecífica, podendo ocorrer em outros tumores, como linfoma linfoblástico, que precisam ser pesquisados por marcadores hematológicos (abaixo).  Sendo estes negativos (como foram, no presente caso), impõe-se o diagnóstico de tumor neuroectodérmico primitivo ou sarcoma de Ewing, que são considerados polos de uma só entidade. Quando há evidência de diferenciação neural, por positividade para marcadores neurais, faz-se o diagnóstico de tumor neuroectodérmico primitivo (PNET, segundo a sigla em inglês, primitive neuroectodermal tumor).  Quando não se consegue demonstrar marcadores neurais, o tumor é considerado um sarcoma de Ewing extraesquelético. 
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CD56  ou NCAM. Neural cell adhesion molecule é uma proteína de membrana com papel na coesividade de células do SNC e SNP. Também é distribuída em células neuroendócrinas ou neuroectodérmicas e seus tumores.  É um marcador sensível de linhagem endócrina em carcinomas de pequenas células do pulmão e de sítios extrapulmonares. Não é específica para diferenciação neuroendócrina, pois uma minoria (até 25%) de carcinomas do ovário, carcinomas de células renais, tumores pulmonares não endócrinos e carcinomas de endométrio são positivos.  CD56 também é um importante marcador de células NK e de linfomas T/NK. 
No presente caso houve positividade para CD56 em grande parte das células tumorais em padrão membrana. 
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SNF. Sinaptofisina, uma proteína associada a vesículas sinápticas, é um importante marcador de diferenciação neuronal. Aqui, encontramos várias células neoplásicas com positividade citoplasmática nítida, e aparentemente com uma quantidade de citoplasma maior que a maioria das células tumorais.  Tomamos estas células como evidência da linhagem neural do tumor. 
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VIM.  Vimentina é positiva em células tumorais isoladas, e vasos. Algumas células são redondas, outras apresentam prolongamentos. 
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S-100. As células tumorais foram negativas para proteína S-100, mas raízes cruzando o tumor eram fortemente positivas.  O anticorpo marca células de Schwann e baínhas de mielina. 
S-100 - Marcação de adipócitos. Células adiposas maduras dos tecidos infiltrados mostram positividade citoplasmática para S-100, um achado corriqueiro. As células tumorais de permeio são negativas. 
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CD34. CD34 é positivo em endotélio e habitualmente o utilizamos para estudar vasos tumorais.  Aqui observamos dois padrões. Em áreas sólidas de tumor 'puro', sem elementos conjuntivos ou reação desmoplásica, CD34 marcou apenas as luzes de pequenos vasos e foi negativo no tumor. 
CD34. Positividade em tecido fibroso,  reação desmoplásica e em células perivasculares. Nas áreas de tumor ricas em tecido conjuntivo, já comentadas acima em HE e tricrômico de Masson, essas células mostraram marcação nas membranas externas por CD34, não raro exuberante.  Geralmente estas áreas estavam associadas a vasos, às vezes lembrando manguitos perivasculares. 
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1A4. É um anticorpo contra actina de músculo liso (mais especificamente, 1A4 é o clone celular que produz dito anticorpo). Reage contra células musculares lisas, mas também contra outras células contendo actina, como miofibroblastos e células mioepiteliais.  Aqui, utilizamos 1A4 para tentar demonstrar diferenciação muscular nas células tumorais.  Contudo, a virtual totalidade das células neoplásicas não expressaram a proteína.  As células positivas são relacionadas a vasos ou a prováveis miofibroblastos nos ligamentos infiltrados pelo tumor. 
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1A4. Positividade em vasos.  Como esperado, pequenos vasos intratumorais marcaram-se fortemente para actina de músculo liso.  Algumas células positivas, aparentemente isoladas, provavelmente estavam associadas a vasos próximos, mas fora do plano de corte. 
Células na luz vascular (artefato). Como já comentado acima em HE, vasos preenchidos por células neoplásicas são melhor interpretados como artefato de compressão e manipulação do tecido. 
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1A4. Positividade em ligamentos.   Chamou a atenção a forte positividade de 1A4 em estruturas que consideramos ligamentos envoltos pelo tecido neoplásico, devido à orientação paralela e levemente ondulada das fibras colágenas.   A marcação parecia identificar prolongamentos celulares ao longo dos feixes colágenos. Hipotetizamos que tais células corresponderiam a miofibroblastos, células de propriedades intermediárias entre fibroblastos e células musculares lisas, e cuja presença tem sido documentada em ligamentos de outras áreas corporais, especialmente no joelho (ver literatura abaixo). 

Na literatura (PubMed) não encontramos referências a miofibroblastos em ligamentos da coluna vertebral. Contudo estas células são constituintes normais do ligamento cruzado anterior, e de outros ligamentos do joelho, e sofrem variações em situações patológicas, como durante reparo.  Não fica claro se a quantidade aqui encontrada seria normal ou aumentada, em resposta ao tumor.  Os supostos miofibroblastos reagiram para 1A4 mas foram negativos para outros anticorpos musculares pesquisados (HHF-35 e desmina).

Refs. 

Agarwal C, Britton ZT, Alaseirlis DA, Li Y, Wang JH. Healing and normal fibroblasts exhibit differential proliferation, collagen production, alpha-SMA expression, and contraction. Ann Biomed Eng. 2006 Apr;34(4):653-9. 

Faryniarz DA, Chaponnier C, Gabbiani G, Yannas IV, Spector M.   Myofibroblasts in the healing lapine medial collateral ligament: possible mechanisms of contraction.  J Orthop Res. 1996 Mar;14(2):228-37.

Hartzel DK, Arnoczky SP, Kilfoyle SJ, Stick JA. Myofibroblasts in the accessory ligament (distal check ligament) and the deep digital flexor tendon of foals. Am J Vet Res. 2001 Jun;62(6):823-7.

Murray MM, Martin SD, Martin TL, Spector M. Histological changes in the human anterior cruciate ligament after rupture. J Bone Joint Surg Am. 2000 Oct;82-A(10):1387-97.

Weiler A, Unterhauser FN, Bail HJ, Hüning M, Haas NP. Alpha-smooth muscle actin is expressed by fibroblastic cells of the ovine anterior cruciate ligament and its free tendon graft during remodeling. J Orthop Res. 2002 Mar;20(2):310-7.
 

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Ki-67. Consideramos marcados cerca de 20% dos núcleos tumorais, em estimativa visual sem contagem, percentagem elevada e compatível com o rápido crescimento do tumor.  Figuras de mitose são mais facilmente visualizáveis com esta técnica que com HE. 
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Obs.  Negativo também para : GFAP, NSE, NF, cromogranina, HHF-35, desmina, miogenina, myo-D1, AE1AE3, CD20, CD3, bcl-2, MPX. 
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 Para mais imagens deste caso: RM HE, colorações especiais
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Textos  complementares:
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Neuropatologia
- Graduação
Neuropatologia - 
Casos Complementares
Neuroimagem
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Correlação 
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