Mucormicose rino-órbito-cerebral. 
3. Colorações especiais: Grocott + verde luz,  PAS + hematoxilina
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Masc. 38 a.  Nesta página, fotos de um preparado de Grocott contracorado por verde luz. A reação histoquímica do PAS (ácido periódico + reativo de Schiff) é comumente usada para demonstração de fungos, pois a parede celular dos mesmos contém grupos açúcar, que são corados em magenta no PAS.  Clique para página de neuroimagem, discussão do caso em lâminas de HE, e outras colorações especiais : Grocott + hematoxilina, Grocott + HE, PAS + hematoxilina, e breve texto sobre mucormicose
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GROCOTT  +  VERDE LUZ
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PAS  +  HEMATOXILINA
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Preparados nesta página pelo técnico de colorações especiais do Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP,  Sr. Sérgio Roberto Cardoso. A ele, nossos sinceros agradecimentos. 
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Mucormicose. 

Sinônimos – zigomicose, ficomicose. 

Definição, etiologia.  É uma micose oportunista causada por fungos ‘de pão embolorado’, pertencentes à classe Zygomycetes , gêneros Rhizopus, Absidia, Cunninghamella e Mucor.  São normalmente saprófitas, distribuídos amplamente na natureza e crescem como bolor em pão e frutas. Não são danosos a indivíduos imunocompetentes, mas infectam imunodeficientes, se bem que menos freqüentemente que Candida ou Aspergillus. A grande maioria dos casos de mucormicose ocorre em pacientes com diminuição da resistência por uma doença metabólica (principal – diabetes mellitus), discrasia sanguínea (principais - leucemias e linfomas), desnutrição, corticoterapia e lesões da pele por trauma ou queimaduras. 

Epidemiologia.  Mucormicose não é transmitida pessoa a pessoa. O microrganismo vive no solo e é abundante em pão ou frutas deterioradas. São saprófitas, inspirados freqüentemente por pessoas normais, sem causar doença. Os zigomicetos, como os Aspergillus, são transmitidos por esporos assexuados transportados pelo ar, que são inalados e colonizam primariamente os seios paranasais, pulmões. A infecção pode também ocorrer por ingestão ou introdução percutânea. A principal barreira de defesa são macrófagos e neutrófilos. 

Patogênese.  Após lesão inicial nos seios da face, o fungo se propaga à órbita e ao cérebro, dando a chamada mucormicose rinocerebral.  Os fungos têm notável propensão a invadir paredes vasculares levando a trombose, causar necrose local, onde prosperam, e penetram facilmente nos ossos finos que delimitam os seios nasais, órbita e base do crânio, como a lâmina crivosa do etmóide.  As conseqüências são abscessos e meningoencefalite, não raro acompanhada de infartos cerebrais secundários à trombose. 

Nos pulmões, as lesões podem ser primárias ou secundárias às lesões na face. Pacientes com neoplasias hematológicas são mais afetados. As lesões combinam pneumonia hemorrágica com trombose e infartos distais. 

A mucormicose pode assumir as formas craniana, pulmonar, gastrointestinal, disseminada, cutânea, e focal. 

  • Na forma craniana, o fungo entra pelo nariz e se dissemina rapidamente, produzindo trombose vascular e infartos da mucosa nasal, palato duro, órbita, tecidos da face cérebro e meninges. 
  • Na forma pulmonar, o fungo prolifera nos brônquios principais e a partir daí penetra nos tecidos hilares e artérias pulmonares, produzindo infartos pulmonares. 
  • Na forma gastrointestinal, o fungo penetra a partir da luz e causa infarto (gangrena) de segmentos intestinais. 
  • A mucormicose cutânea primária aparece como uma úlcera na perna de um paciente diabético. 
  • A doença espalha-se a partir de uma das portas de entrada acima e pode causar lesões focais localizadas (p. ex. no rim) ou múltiplas. 
Morfologia.  Os zigomicetos em tecidos formam hifas largas não septadas com espessura muito variável, indo de 6 a 50 mm, com ramificações em ângulo reto. São facilmente demonstrados nos tecidos necróticos já na hematoxilina eosina, e realçados em colorações especiais como Grocott. Podem ser diferenciados dos Aspergillus porque nestes as hifas são septadas, mais estreitas, de diâmetro regular e ramificam-se em ângulo agudo.  Em Candida, os filamentos são mais finos, freqüentemente compostos de pseudohifas e acompanhados de pequenos esporos ovais. 

Fontes:

  • Chapter 8 – Infectious diseases. AJ McAdam, AH Sharpe.  in Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease. 7th. Ed. Kumar V, Abbas AK, Fausto N (editors).   Elsevier, Saunders, 2005.  pp. 400-1. 
  • Baker RB.  Mucormycosis (Opportunistic Phycomycosis).  in Baker RD (ed). The Pathologic Anatomy of Mycoses. Springer, Berlin, 1971.  p. 832 – 918. 
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Para mais imagens deste caso: TC, RM HE Grocott + hematoxilina, Grocott  + HE
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Para caso de mucormicose pulmonar e pleural, clique  »
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Texto  sobre  mucormicose
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