Meningioma  transicional

 
Espécime  cirúrgico. O tumor foi retirado em fragmentos, que tinham consistência firme e macia. Na superfície, aspecto finamente nodular ou lobulado, que corresponde a agrupamentos de células neoplásicas delimitados por feixes de estroma colágeno (ver HE, abaixo). 

 
Aspecto geral do tumor em HE.  .
Este meningioma transicional é caracterizado pela grande riqueza em redemoinhos, e por espessas fibras colágenas que transitam pelo tumor em todas as direções.
O termo transicional refere-se à coexistência de células de aspecto meningotelial (isto é, achatadas à maneira de epitélio), e outras de aspecto fibroblástico (alongadas e fusiformes) nos redemoinhos. 
Corpos psamomatosos. Originam-se da  calcificação de alguns redemoinhos. 
Fibras colágenas.  São corriqueiras nos meningiomas, e um elemento que deve chamar a atenção para esta possibilidade diagnóstica, em caso de dúvida. Neste espécime, são particularmente espessas e proeminentes, assumindo aspecto quase queloidiano. 

 
Tricrômico de Masson. 

Demonstra com vantagem as fibras colágenas (em azul) que participam do tumor. 


 
Reticulina. 

A impregnação pela prata pela técnica de Gomori mostra tanto fibras colágenas (mais espessas) como reticulínicas (mais delicadas). Nenhuma delas é encontrada nos redemoinhos. 


 
IMUNOHISTOQUÍMICA
VIM. Vimentina é positiva difusa em padrão citoplasmático nas células do meningioma. As fibras colágenas, que não são marcadas, destacam-se na coloração azul de fundo (hematoxilina). 
VIM.  Interface tumor-cérebro.  O meningioma é, na grande maioria dos casos, um tumor de crescimento lento, que comprime o cérebro sem infiltrá-lo. Aqui, blocos arredondados de tecido tumoral, salientados pela reação para vimentina, contrastam com o córtex cerebral pálido, onde a vimentina só é positiva nos vasos e em astrócitos. A reação glial ao tumor é mínima, não se observando sequer formas gemistocíticas. 

EMA. Antígeno epitelial de membrana, presente nas células dos meningiomas, habitualmente em padrão membrana, aqui também no citoplasma. 

 
S-100. As células tumorais são negativas na grande maioria. Há um curioso padrão de marcação em células periféricas de alguns redemoínhos, dando aspecto em halo. 
S-100.  Interface tumor-cérebro.  Como já demonstrado com vimentina, o limite entre cérebro e tumor é nítido. Aqui, o tumor aparece negativo para S-100, e o tecido nervoso é positivo, como habitual.  Alguns astrócitos levemente hipertróficos são observados.  Notar que a imagem com S-100 é exatamente o negativo da imagem com vimentina (lá, tumor positivo, cérebro negativo). 

 
CD34.  Positivo no endotélio vascular, denota a vascularização relativamente escassa do tumor. Os lóbulos com redemoinhos são na maioria quase avasculares, e os vasos estão presentes no estroma entre eles, onde também são observadas as fibras colágenas e reticulínicas (ver acima). 

 
Ki-67. Positivo só em raros núcleos, compatível com lento crescimento e ausência de agressividade. 

 
RE. Receptor de estrógeno. Negativo, como habitual nos meningiomas. 
RP. Receptor de progesterona, positivo na quase totalidade dos núcleos. De acordo com a literatura, indica bom prognóstico. 

 
Caso do Serviço de Neurocirurgia da Sta Casa de Limeira, SP, gentilmente contribuído pelos Drs. Bernardo Henrique Torres do Patrocínio, Paulo Roland Kaleff, Marcelo Senna Xavier de Lima, Hoyama da Costa Pereira e Antonio Augusto Roth-Vargas.

 
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