Hipofisite
linfocitária.
Clínica.
É uma entidade rara, que clinicamente se apresenta como massa expansiva
na região selar, tipicamente no fim da gravidez ou no puerpério,
com sinais de insuficiência hipofisária. Há casos não
relacionados à gravidez, e em homens. A doença deve ser suspeitada
quando o grau de hipopituitarismo é desproporcional ao tamanho da
massa.
É
comum haver hiperprolactinemia, que pode ser reflexo de destruição
do tecido hipofisário ou um efeito da lesão da haste hipofisária.
Pode manifestar-se como deficiência de um hormônio isoladamente.
Diabetes insipidus é infreqüente. Como há expansão
supraselar da massa, pode haver cefaléia e distúrbios visuais.
Outras queixas incluem falta de retomada das menstruações
no pós-parto e ausência de lactação.
Radiologia.
Na RM, há aumento simétrico da hipófise, com intensa
impregnação por contraste.
Anatomia Patológica.
Microscopicamente, a hipófise apresenta-se invadida ou substituída
por linfócitos, com participação de plasmócitos
e histiócitos. Pode haver formação de folículos
linfóides com centros germinativos. Contudo, não há
granulomas de células epitelióides e gigantes. Agrupamentos
de células adenohipofisárias remanescentes são reconhecíveis,
mesmo em casos avançados. Eventualmente, há substituição
por tecido fibroso, que pode ser extensa.
Patogênese.
Há base autoimune, tanto humoral como celular. O fenótipo
linfocitário inclui células B e T. No soro são
detectados anticorpos tanto contra tecido hipofisário como contra
hormônios, principalmente prolactina e ACTH. Outras glândulas
endócrinas da paciente podem também apresentar infiltrado
linfocitário, como adrenais, tiróide e paratiróides.
É relatada associação com tiroidite de Hashimoto.
O diagnóstico
de certeza é histopatológico, pelo exame de uma biópsia
do tecido glandular, para afastar-se principalmente macroadenomas.
O tratamento
pode incluir descompressão cirúrgica das vias ópticas,
e reposição hormonal.
Fontes :
Burger PC,
Scheithauer BW, Vogel FS. Surgical Pathology of the Nervous
System and Its Coverings. 4th Ed. 2002. Churchill Livingstone,
New York. p 487.
Atlas SW.
Magnetic Resonance Imaging of the Brain and Spine. 3rd Ed. 2002.
Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia. p. 1346.
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