Tumor neuroepitelial disembrioplásico (DNET) associado a displasia cortical 
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O espécime cirúrgico era constituído por vários fragmentos de tecido cerebral (córtex e substância branca), que macroscopicamente pareciam edematosos, e não permitiam diagnóstico de neoplasia. 
Microscopicamente, em HE,  foi encontrado córtex cerebral normal, córtex hipercelular e frouxo, diagnosticado como tumor neuroepitelial disembrioplásico (DNET), e ainda uma área de displasia cortical

 
HE. As fotos comparam áreas normais e tumorais respectivamente no mesmo aumento. 
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Córtex normal Córtex tumoral
Objetiva 10 x
Objetiva 20 x
Objetiva 40 x

 
CARACTERÍSTICAS do DNET na HE
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Caráter hipercelular e frouxo do córtex. 
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Neurônios circundados por espaços claros 
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Neurônios binucleados.  Aqui foram observados cinco exemplos.  Habitualmente são raríssimos. 
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Corpúsculos granulosos. Sua natureza (neuronal ou glial) não ficou clara. Foram encontrados principalmente no córtex profundo e na substância branca. Expressam proteína S-100 (não demonstrado aqui).
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Observou-se uma única figura de mitose
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Substância branca abaixo do córtex tumoral. Aspecto gliótico, com poucas  células sugestivas de oligodendrócitos. 

 
IMUNOHISTOQUÍMICA  DO  CÓRTEX CEREBRAL  COM  DNET
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GFAP. Anomalias astrocitárias que lembram as da displasia cortical.
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Na substância branca subcortical, ao contrário do córtex, os astrócitos têm morfologia normal. Isto mostra que o tumor está restrito ao córtex, o que é proprio do DNET.  Se o tumor fosse um astrocitoma difuso, não respeitaria a substância branca. O córtex poderia estar poupado ou invadido. 
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VIM. As anomalias astrocitárias 'displásicas'  são melhor demonstradas com vimentina, útil para visualizar astrócitos fibrosos e vasos. 
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Com vimentina,  no córtex com DNET, há grupamentos astrocitários, anômalos pela maior densidade,  riqueza de arborização,  e espessura dos prolongamentos. 
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Astrócitos aberrantes
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NF (proteína de neurofilamento). Na área tumoral, notam-se feixes de axônios perpendiculares à superfície cortical (em cima nas fotos), uma feição característica do DNET.  Neurônios têm aspecto normal. 
Na substância branca, axônios em feixes horizontais. 
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NSE (enolase neurônio-específica) demonstra neurônios do córtex com DNET em orientação regular, com dendrito apical dirigido para a superfície meníngea (em cima nas fotos).  As células reagem heterogeneamente, e algumas não reagem, como o neurônio binucleado na foto embaixo à D. O mononucleado ao lado é positivo. 
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Ki-67. Poucos núcleos marcados, em concordância com o caráter indolente da lesão, considerada mais um hamartoma que neoplasia.  Foi observada uma figura de mitose.
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ÁREA  DE  CÓRTEX  COM  ASPECTO  DISPLÁSICO.  Além das áreas com DNET vistas acima, uma região próxima apresentava alterações semelhantes às observadas em casos de displasia cortical.  É bem conhecido que o DNET pode associar-se a displasia cortical. 
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Certa área de córtex mostrava aspecto normal nas camadas superficiais (II e III) e aspecto tumoral nas profundas (IV a VI). Havia astrócitos de volume aumentado na camada molecular (camada I).  Abaixo, esta área anormal é mostrada comparativamente em HE e GFAP:
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HE GFAP
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Na camada molecular (camada I):  aspecto gliótico, com astrócitos hipertróficos. 
Nas camadas II e III,  praticamente não se observaram corpos celulares de astrócitos, embora se notassem fibras gliais em várias direções. Estas não são observadas em córtex normal. 
Nas camadas IV a VI,  a maior celularidade é  devida a astrócitos fibrosos, vários volumosos e com prolongamentos espessos. Em córtex cerebral normal os astrócitos são protoplasmáticos. 
Na substância branca subcortical havia astrócitos fibrosos normais. Notavam-se neurônios ectópicos isolados. 
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Essas anomalias sugerem um caráter displásico do córtex cerebral desta região, que é vizinho à área de DNET.  Abaixo, detalhes das três regiões em GFAP: 
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Camada molecular.  Astrócitos grosseiros, anômalos. Citoplasma abundante, núcleo excêntrico. 
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Junto a esta pequena artéria perfurante,  abaixo da superfície cortical, variava a morfologia dos astrócitos. Um deles  estava acolado ao vaso e seu prolongamento era espesso. Comparar com os vizinhos. 
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Nas camadas II e III, poucos astrócitos com morfologia mais delicada, contrastando com as regiões acima e abaixo. 
Nas camadas IV a VI,  astrócitos fibrosos maiores e anômalos,  também vistos nas áreas de córtex puramente tumoral de alto a baixo. 
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Textos sobre DNET (1) (2) Características de imagem dos DNETs Neuroimagem e neuropatologia de outros casos de DNET
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