Neupatimagem-UNICAMP

Criptococose cerebral granulomatosa :
lesões delimitadas leptomeníngeas e centroencefálicas

Masc. 32 a. Clique para ressonância magnética.

Destaques.

HE. Lâmina escaneada.	Aspecto geral	Cápsula fibrosa


Fungos : Cryptococcus neoformans	Brotamento simples	Masson. Cápsula fibrosa


Grocott. Brotamento. Cuias. Cápsula	Mucicarmim	PAS

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Lâminas escaneadas. Lâminas escaneadas da pequena amostra de biópsia meníngea, mostrando lesões encapsuladas de centro necrótico e parcialmente calcificado. Nestas, era fácil encontrar fungos com as feições morfológicas de criptococos. No tricrômico de Masson, grande parte do material cora-se em azul, indicando riqueza em fibras colágenas. A fibrose testemunha a cronicidade da lesão. As áreas em torno da necrose correspondem às que impregnam na ressonância magnética, pois aí os vasos não apresentam barreira hemoencefálica. As áreas centrais que não impregnam são necróticas e aí não há circulação sanguínea.

HE. A biópsia mostra lesões de centro necrótico encapsuladas por tecido fibroso denso. O centro necrótico tem aspecto de necrose coagulativa, em tudo semelhante ao que se observa em outras lesões inflamatórias crônicas granulomatosas, como a tuberculose. Há áreas basófilas correspondendo a deposição de sais de cálcio (calcificação). Em meio ao material necrótico observam-se fungos agrupados ou dispersos com as feições morfológicas do gênero Cryptococcus.

Cápsula. A cápsula que circunda o material necrótico é formada por tecido fibroso denso hialinizado e com infiltrado inflamatório crônico inespecífico em torno. Áreas intensamente basófilas correspondem a artefato de fulguração causado pelo bisturi elétrico durante retirada cirúrgica do espécime. Entre as fibras colágenas observam-se ocasionalmente grupos de macrófagos xantomatosos.

Fungos. Em meio ao material necrótico, observam-se numerosos fungos compatíveis com Cryptococcus neoformans.

Fungos. Os fungos mostram-se como células redondas com centro opticamente vazio e parede celular fortemente basófila e de espessura regular, circundadas por cápsula mucopolissacarídica que aparece clara em HE, mas é demonstrada em mucicarmim. Figuras de brotamento simples (uma única célula filha por fungo) são freqüentes.

Montagem

de duas fotos do mesmo campo em alturas de foco diferentes, capturando um brotamento simples.

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COLORAÇÕES ESPECIAIS

Tricrômico de Masson.

Cora o colágeno em azul, e assim demonstra satisfatoriamente a cápsula fibrosa da lesão. O conteúdo necrótico aparece em róseo finamente granulado. Clique para procedimento técnico.

Grocott. O método de impregnação argêntica de Grocott para fungos (para procedimento técnico, clique) cora a parede celular em tons variados de marrom a negro, dependendo da permanência da lâmina na solução de prata. Duração em torno de 15 minutos garante tons suaves que permitem maior detalhe das estruturas do parasita. A cápsula mucopolissacarídica não se cora. Aqui vemos os fungos no material necrótico, mas não na cápsula fibrosa, que funciona como eficiente barreira à propagação dos microorganismos ao espaço liquórico.

*Brotamento simples. É a forma habitual de reprodução das leveduras. A reprodução por brotamento múltiplo é característica do Paracoccidioides brasiliensis* (1)(2)(3).**


Formas em cuia. Fungos colapsados que assumem aspecto em meia lua provavelmente correspondem a células necróticas ou degeneradas, que perderam os elementos vitais (núcleo e citoplasma) do interior da célula, restando apenas a parede celular.

Cápsula. A densa cápsula fibrosa serve de barreira à propagação dos parasitas.

Mucicarmim.

O mucicarmim, um corante para mucinas (para procedimento técnico, clique) é adequado à demonstração da cápsula mucopolissacarídica, formada por finíssimas fibrilas que irradiam a partir da parede celular dos fungos. Para esta em microscopia eletrônica, clique. A parede celular também se cora.

PAS. A reação histoquímica do PAS (ácido periódico + reativo de Schiff, para procedimento técnico clique) cora fortemente em vermelho magenta a parede celular dos fungos. A cápsula mucopolissacarídica é revelada só em alguns fungos, onde se apresenta com a estrutura radiada melhor demonstrada em microscopia eletrônica.

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Agradecimentos. Processamento histológico e lâminas HE pelo pessoal do Laboratório de Rotina: Mariagina de Jesus Gonçalves, Maria José Tibúrcio, Guaracy da Silva Ribeiro, Fernando Wagner dos Santos Cardoso, Viviane Ubiali, Fernanda das Chagas Riul. Colorações especiais desta página pela técnica Tayna Takahashi Santos. Departamento de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP, Campinas, SP.

Para RM deste paciente, clique »