Cisto colóide
do IIIº ventrículo.
Definição.
Cisto epitelial benigno, unilocular, contendo mucina, situado na porção
anterior do IIIº ventrículo junto aos forâmens de Monro.
Histogênese.
É incerta. Há evidências imunohistoquímicas
e ultraestruturais a favor de origem endodérmica, o que coloca os
cistos colóides na mesma categoria dos cistos
enterógenos e os cistos de bolsa
de Rathke.
Topografia.
Os cistos situam-se caracteristicamente na porção ântero-superior
do IIIº ventrículo, entre as colunas do fórnix, aderidos
ao teto do IIIº ventrículo e ao plexo coróide.
A localização é estratégica para impedir o
fluxo liquórico, causando hidrocefalia dos ventrículos laterais,
simétrica ou não. Contudo, como a lesão é de
crescimento extremamente lento, ou pode ser estável, isto nem sempre
ocorre.
Clínica.
Em adultos (pico entre 20 e 40 anos), raramente em crianças. O sintoma
mais comum é cefaléia crônica. Pode haver hipertensão
intracraniana súbita por obstrução aguda de um dos
foramens de Monro, que pode ser intermitente ou relacionada à posição
da cabeça.
Imagem.
Aparecem como massa pequena, esférica, bem delimitada, na região
anterior do IIIº ventrículo. Cerca de 2/3 são
espontaneamente hiperdensos em tomografias, restante isodenso. Não
há calcificações. Em ressonância,
a intensidade de sinal é altamente variável tanto em T1 como
em T2, refletindo a concentração de macromoléculas
(proteínas) no conteúdo do cisto. Na maioria, são
hiperintensos em T1, hipointensos em T2. Em T2 por vezes se observa uma
área central de hipossinal. Não há captação
de contraste.
Macro.
O cisto pode medir de um a vários centímetros, revestido
por membrana fina. O conteúdo do cisto é mucóide,
viscoso, pardacento.
Micro.
A cápsula é constituída por camada externa de tecido
conjuntivo colágeno e revestida internamente por monocamada de células
epiteliais produtoras de muco e/ou ciliadas. Pode haver pseudoestratificação.
O cisto cresce pela secreção contínua de mucina PAS-positiva
pelas células do revestimento, bem como pela descamação
de células, cujos restos podem continuar visíveis no material
mucóide.
Imunohistoquímica.
As células são positivas para citoqueratinas e EMA.
Tratamento.
Excisão completa por craniotomia ou via endoscópica é
curativa. Não se relata malignização.
Fontes
-
Atlas SW, Lavi
E, Fisher PG. Intraaxial brain tumors. Chapter 14 in Atlas SW (editor).
Magnetic Resonance Imaging of the Brain and Spine. 3rd Ed. Lippincott
Williams & Wilkins, Philadelphia, 2002. pp 671-2.
-
Burger, PC,
Scheithauer BW, Vogel FS. Surgical Pathology of the Nervous System
and its Coverings. 4th Ed. Churchill Livingstone, New York, 2002.
pp 342-6.
-
Osborn AG.
Diagnostic Neuroradiology. Mosby, St Louis, 1994. pp. 642-5.
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