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neuronais e neuroendócrinos.
MAP2.
O anticorpo anti-MAP2 reage com uma proteína do citoesqueleto de
300 kD, associada a microtúbulos (microtubule associated protein,
isoformas MAP2A e MAP2B). É primariamente expressada na região
somatodendrítica de neurônios, mas também encontrada
na glia. A proteína é localizada predominantemente
em dendritos, onde acelera polimerização da tubulina, faz
ligações cruzadas entre microtúbulos formando feixes
estáveis, e liga microtúbulos a filamentos intermediários.
As isoformas 2A e 2B são expressas em tecidos adultos, e há
uma forma 2C em embriões. (Dados obtidos da bula do anticorpo, fabricante
Invitrogen).
NeuN.
(Neuronal Nuclei).
O anticorpo NeuN reconhece uma proteína que se liga ao DNA e é
específica para neurônios. Está presente na maioria
das células neuronais do tecido nervoso central e periférico,
e na maioria das espécies de vertebrados. A distribuição
é restrita a núcleos de neurônios, pericários
e porções proximais de prolongamentos neuronais, tanto em
cérebro fetal como adulto. Alguns neurônios não
são reconhecidos por NeuN, independente da idade – algumas células
retinianas, células de Cajal-Retzius, células de Purkinje,
neurônios do núcleo olivar inferior e núcleo denteado
e células ganglionares simpáticas. O aparecimento de
proteína NeuN detectável por imunohistoquímica ocorre
inicialmente quando o neuroblasto sai do ciclo celular e inicia diferenciação
terminal para neurônio. Não há marcação
em zonas proliferativas. A proteína aparece tanto no núcleo
quanto no citoplasma. Não é claro se ela seria sintetizada
no citoplasma e depois transportada ao núcleo. Como a reatividade
é mais forte no núcleo, sugere-se que seja uma proteína
reguladora nuclear, mas não se sabe se ela também teria função
citoplasmática. (Dados obtidos da bula do anticorpo, fabricante
Millipore).
Dados recentes
de literatura sugerem que NeuN corresponderia ao produto do gene Fox-3,
um novo membro da família Fox-1 de fatores de splicing (utilizados
para remoção de íntrons transcritos do DNA, no processo
de formação da molécula do RNA mensageiro). A expressão
de Fox-3 é restrita a tecidos neurais.
Ref.
Kim KK, Adelstein RS, Kawamoto S. Identification of neuronal nuclei
(NeuN) as Fox-3, a new member of the Fox-1 gene family of splicing factors.
J Biol Chem. 2009 Nov 6;284(45):31052-61.
Cromogranina.
As cromograninas são uma família de proteínas ácidas
solúveis com cerca de 68 kD. São as principais proteínas
presentes no centro denso (dense core) de grânulos neurosecretores
em células neuroendócrinas e neurônios simpáticos.
Análise ultraestrutural confirmou a localização das
cromograninas à matriz dos grânulos neurosecretores (dense
core vesicles). As cromograninas ocorrem com máxima concentração
na camada medular da adrenal, e em ordem decrescente, na adenohipófise,
pars intermédia, neurohipófise, ilhotas de Langerhans do
pâncreas, intestino delgado, células C da tiróide e
hipotálamo. O anticorpo marca a maioria das células
neuroendócrinas normais e tumores delas derivados. Admite-se que
cromograninas estabilizem a porção solúvel dos grânulos
neurosecretores através de interação com ATP e catecolaminas,
e são liberadas no soro após estimulação das
células. São envolvidas no direcionamento dos hormônios
peptídeos e neurotransmissores aos grânulos secretores e têm
vários papéis no processo da secreção hormonal.
A principal
aplicação prática de anticorpos contra cromogranina
é identificação de diferenciação neuroepitelial
e neuroendócrina em tecidos normais ou tumorais. Cromogranina e
sinaptofisina são considerados os marcadores neuroendócrinos
mais específicos.
Fonte: Leong
AS-Y, Cooper K, Leong FJW-M. Manual of Diagnostic Antibodies for
Immunohistology. 1999, Greenwich Medical Media Ltd, London. p. 121-2.
Sinaptofisina.
Sinaptofisina (38 kD) é uma glicoproteína integral da membrana
de vesículas pré-sinápticas. Trata-se das vesículas
sinápticas clássicas de centro ‘vazio’, recicladas localmente
e presentes nos terminais axonais de praticamente todos os tipos de neurônios.
Difere tanto química- quanto topograficamente das cromograninas
(68 kD), que são as proteínas dos grânulos densos (dense
core vesicles). Anticorpos contra sinaptofisina reagem com vesículas
pré-sinápticas neuronais no cérebro, medula espinal,
retina, junções neuomusculares, pequenas vesículas
da medular adrenal e ilhotas pancreáticas de tecidos humanos, bovinos,
de ratos e camundongos. Em material normal, sinaptofisina marca células
neuroendócrinas da camada medular da adrenal humana, corpo carotídeo,
pele, hipófise, tiróide, pulmão, pâncreas e
mucosa gastrointestinal. O anticorpo também marca tumores derivados
destes tecidos, como feocromocitoma, paraganglioma, tumores de ilhotas
de Langerhans, carcinoma medular da tiróide, tumores carcinóides
de pulmão, mediastino e trato gastrointestinal, adenomas da hipófise
e paratiróide, neuroblastomas, ganglioneuroblastomas, ganglioneuromas,
neurocitoma central e gangliogliomas. Sinaptofisina é um marcador
sensível e específico para tumores neurais / neuroendócrinos
de malignidade baixa ou alta, inclusive o carcinoma neuroendócrino
de pequenas células (oat cell) do pulmão. O tecido
recomendado como controle positivo é pâncreas (ilhotas).
Fonte: Leong
AS-Y, Cooper K, Leong FJW-M. Manual of Diagnostic Antibodies for
Immunohistology. 1999, Greenwich Medical Media Ltd, London. p. 307. |