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2. Imunohistoquímica |
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GFAP. As células neoplásicas, sendo de linhagem astrocitária, marcam-se no citoplasma para GFAP, o que permite visualizar a arquitetura geral do tumor e a morfologia das células. Nas áreas melhor diferenciadas, as células mostram-se fusiformes, com prolongamentos saindo de polos opostos, ou em forma de girino, com um só prolongamento (estas podem, na realidade, ser bipolares, sendo que um dos prolongamentos ficou fora do plano de corte). Há também células arredondadas. O arranjo das células é geralmente frouxo, mas não raro paralelo, formando feixes. Há acentuado pleomorfismo; multinucleação e atipias marcadas são comuns. |
GFAP - Pleomorfismo celular, atipias nucleares. Apesar da natureza habitualmente benigna dos astrocitomas pilocíticos (graduados como I pela OMS), há reconhecidamente exemplos agressivos. No presente caso, além da extensa necrose, proliferação vascular e mitoses, vemos intenso pleomorfismo celular, com variação acentuada da forma, tamanho e cromatismo dos núcleos. Lembrar porém que, nos astrocitomas pilocíticos, atipias nucleares apenas (na ausência dos outros comemorativos de malignidade) não implicam automaticamente em agressividade. Ver caso. | |
Fibra
de Rosenthal.
Inclusões intracitoplasmáticas da proteína alfa B-cristalina são comuns em astrócitos pilocíticos, tanto em astrocitomas pilocíticos como em gliose de padrão pilocítico. Para um exemplo desta última em um caso de craniofaringioma, clique. Notar que a inclusão em si é negativa para GFAP (aparece em azulado claro). O restante da célula é GFAP positivo (aparece em amarelo-marrom). |
VIM. Com vimentina, o aspecto do tumor é essencialmente o mesmo que se obtém com GFAP. A vimentina é um filamento intermediário presente no citoplasma dos astrócitos neoplásicos, e desenha a forma da célula muito como o GFAP. Aqui também vemos células predominantemente alongadas ou fusiformes, segundo o padrão habitual dos astrocitomas pilocíticos, não raro arranjadas em feixes e com prolongamentos lembrando fios de cabelo. |
VIM - Pleomorfismo, multinucleação. Há extraordinárias variações da morfologia das células neoplásicas quanto a forma e tamanho, com formas globosas, piriformes, fusiformes ou em girino. O número de núcleos também varia amplamente. | |
NF. Proteína de neurofilamento é um ótimo marcador para axônios, tanto no sistema nervoso central como no periférico. No presente caso, o usamos para demonstrar axônios em degeneração no tecido infiltrado pela neoplasia. Serve, portanto, para ressaltar o caráter invasivo do glioma. Os axônios aparecem como filamentos, freqüentemente fragmentados, com aspecto em contas de rosário, que é considerado evidência de degeneração axonal. |
SNF. As áreas marcadas correspondem a tecido nervoso infiltrado. As células tumorais são negativas. |
CD34. Este marcador do endotélio vascular mostra bem os vasos proliferados do tumor. Os capilares estão aumentados em número, freqüentemente dilatados e tortuosos, e não raro formam enovelados conhecidos como pseudoglomérulos, que são idênticos aos do glioblastoma multiforme. Os capilares proliferados muitas vezes dispõem-se em fileiras, lembrando guirlandas de flores. |
CD34 nas
áreas melhor diferenciadas.
Nas áreas com diferenciação pilocítica evidente e menor celularidade, os capilares são finos e espaçados, lembrando a disposição em tecido nervoso normal. |
CD34 nas
áreas pouco diferenciadas (anaplásicas).
Nas áreas mais celulares, com maior índice de proliferação, e, portanto, mais malignas, vêem-se capilares proliferados chamados de pseudoglomérulos. |
Comparação, CD34 | |
Área bem diferenciada | Área anaplásica |
Ki-67. O marcador de proliferação celular Ki-67 varia amplamente em diferentes áreas do tumor, sendo baixo nas áreas bem diferenciadas de padrão claramente pilocítico, e alto nas anaplásicas. Embaixo (foto em pequeno aumento com objetiva 10 x), área anaplásica com alto índice de núcleos marcados, chegando à casa dos 20%. A positividade nuclear indica que a célula está comprometida com o processo de divisão celular (isto é, vai entrar em mitose proximamente). Figuras de mitose também são marcadas. |
Ki-67 em áreas melhor diferenciadas. A marcação resume-se a núcleos isolados (por vezes um ou nenhum núcleo por campo de médio aumento, ou algo em torno de 1%) (fotos maiores com objetiva 20x, menores com objetiva 40x). |
Ki-67 em áreas pouco diferenciadas. A positividade é muito mais abundante, e observam-se mitoses, estas também marcadas pelo anticorpo. |
Mitoses. Só mitoses típicas foram observadas. Numa mitose, os cromossomos condensados na placa metafásica se marcam fortemente, mas o citoplasma da célula em divisão também de marca, como se a proteína responsável pela marcação se diluísse pelo citoplasma com o desaparecimento da carioteca no início do processo mitótico. Nas células não mitóticas, a positividade restringe-se ao núcleo. | |
Comparação, Ki-67 | |
Área bem diferenciada | Área anaplásica |
Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes. Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | RM | HE |
Mais sobre astrocitomas pilocíticos: |
Na graduação | Texto ilustrado | Características de imagem | Glioma de nervo óptico | Microscopia eletrônica (1) (2) |
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