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Masc. 13 a. Cor parda. Em março de 1998 (com 5 anos) apresentou primeiro episódio convulsivo (sialorréia, movimentos tônico-clônicos de membro superior E). Internado, foi diagnosticada anemia falciforme. Alta após 2 dias com sulfato ferroso, ácido fólico e carbamazepina. Na ocasião não tinha déficits neurológicos. Em ago 98 novo episódio, com perda de força muscular, não conseguia mais segurar objetos com a mão D. Repetiu episódio em 15 dias, instalando-se afasia progressiva (não conseguia lembrar nomes das coisas), hemiparesia D, diminuição progressiva da força muscular em MMII, com incapacidade para ficar de pé ou andar. Hb 6.7 g/dL. Evoluiu com crises convulsivas subentrantes. Exame neurológico – consciente, afásico, hemiparesia D com sinal de Babinski. Ficou com déficit cognitivo, está aprendendo a ler aos 13 anos, faz fisio- e fonoterapia. Antecedentes familiares – mãe tem anemia. Duas irmãs sadias. |
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MELHORES CORTES AXIAIS. Mostram extensas áreas de necrose antiga dos hemisférios cerebrais, maiores à E, com intensa atrofia ou desaparecimento do córtex e da substância branca da medular dos giros. As lesões mostram hiposinal em T1 e forte hipersinal em T2, este devido ao alargamento dos sulcos que estão preenchidos por líquor. Há discreta dilatação ex-vacuo dos ventrículos laterais, maior à E. Em FLAIR, nota-se hipersinal da substância branca do hemisfério E devido à gliose. | ||
T1 SEM CONTRASTE | T2 | FLAIR |
Vasculopatia
de pequenos vasos.
Além das áreas extensas de infarto córtico-subcortical, há lacunas (microinfartos) e alargamento dos espaços de Virchow-Robin nos núcleos da base, outras conseqüências da vasculopatia associada à anemia falciforme |
CORTES CORONAIS. As lesões afetam a quase totalidade do território das Aa. cerebrais anterior e média à E, e partes da A. cerebral média D. As Aa. cerebrais posteriores são poupadas, bem como todo o cerebelo. No T1, notar o grande espessamento da díploe (osso esponjoso entre as duas tábuas ósseas do crânio). Isto se deve à riqueza em medula óssea hemopoiética, uma conseqüência da anemia crônica. | |
T1 SEM CONTRASTE | FLAIR |
CORTES SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE. Além das lesões já descritas, nota-se grande afinamento do corpo caloso, provavelmente secundário à degeneração walleriana das fibras comissurais afetadas pelos infartos atingindo córtex e substância branca dos hemisférios. Além do espessamento da díploe, há proeminência da medula óssea do esfenóide, onde normalmente se observa tecido adiposo. | |
SAGITAL T1 E NORMAL DE OUTRO CASO (Fem, 21 a). Notar as diferenças na textura óssea do calvário, medula óssea do esfenóide com substituição adiposa no normal, espessura do corpo caloso, e arquitetura dos giros na face mesial do hemisfério. |
ANGIORESSONÂNCIA. Há virtual ausência de fluxo em todo território carotídeo bilateralmente. Observa-se que a A. basilar e ambas A. cerebrais posteriores têm calibre e fluxo aumentados. As Aa. comunicantes posteriores são proemimentes, indicando que suprem de sangue o território carotídeo. Há abundantes pequenos vasos tortuosos na topografia das Aa. cerebrais anteriores e médias, correspondendo a fina rede de revascularização (circulação colateral). | |
Clique para exemplos de angioressonância normal arterial (A) (B), venosa (A) (B), e angiografia digital normal. |
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CORTES AXIAIS, T1 SEM CONTRASTE | ||
T2 | ||
FLAIR | |
CORTES CORONAIS, T1 SEM CONTRASTE | ||
FLAIR | ||
CORTES SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE | ||
ANGIORESSONÂNCIA | |
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Angiografia digital normal | Angiorressonância arterial normal (A) (B) | Angiorressonância venosa normal (A) (B) |
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