CORTES
AXIAIS mostram a lesão já vista na TC, muito
hidratada (hipersinal em T2 e FLAIR). Contém proteína,
a julgar pelo aspecto brilhante no FLAIR. Se fosse água livre como
o líquor, apareceria com hiposinal nesta seqüência (no
FLAIR, os ventrículos e sulcos dão ausência de sinal
por supressão da água livre).
Em T1 sem contraste nota-se uma linha de hipersinal na margem anterior
da lesão. Esta linha é diferente da revelada na TC
e
não é dada por calcificação, já
que tecidos ou áreas calcificadas não dão sinal em
RM. Há duas possibilidades: pode ser metahemoglobina, proveniente
de hemorragia, ou gordura decorrente de degeneração
do tecido nervoso, possivelmente no interior de macrófagos xantomatosos.
No corte em T2, a borda é isointensa, dando um sinal semelhante
ao da gordura do subcutâneo. Isto favorece que se trate realmente
de lípides. Se fosse metahemoglobina daria hipersinal também
em T2. (Para saber mais sobre o comportamento dos derivados da hemoglobina
na Ressonância Magnética, clíque aqui).
Em T1 com contraste, há impregnação levemente irregular
de toda a margem da lesão.
Apesar do volume da metástase (cerca de 4 cm de diâmetro)
praticamente não há efeito de massa, nem edema da substância
branca próxima [que apareceria como áreas de hipersinal em
T2 e FLAIR]. Isto constitui exceção, já que
metástases habitualmente dão efeito de massa (desvio da linha
média, apagamento de sulcos, hérnias) e causam edema por
compressão de vasos e/ou por secreção de fatores angioproliferativos
(como ocorre no glioblastoma multiforme), levando a quebra de barreira
hemoencefálica e edema vasogênico. Este comportamento
de uma metástase cerebral é visto ocasionalmente em
neoplasias de mama e de pulmão, principalmente nas mucinosas.