Toxoplasmose  cerebral (biópsia)
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Aspecto geral do espécime. Constava de fragmento de córtex cerebral e leptomeninges, profundamente alterados pelo processo inflamatório. Não era mais possível identificar neurônios.  Chamavam a atenção intensa vasculite obliterante e extensas áreas de necrose coagulativa. 
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Leptomeninge. Muito espessada por fibrose. Os vasos freqüentemente mostravam endarterite obliterante, com grande espessamento da íntima e redução ou obliteração da luz. 
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Endarterite produtiva.  A grande maioria dos pequenos vasos intracorticais mostrava proliferação e reduplicação das camadas, não sendo possível distinguir entre média e íntima.  A vasculite é uma das feições características da toxoplasmose, pois os microrganismos parasitam as células endoteliais, que morrem, sendo substituídas por outras. No processo há espessamento da parede, produção de várias camadas de membrana basal  e fibras reticulínicas (para estas, ver mais abaixo), com conseqüente redução ou oclusão da luz.  A obliteração vascular generalizada leva a necrose coagulativa. 
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Necrose coagulativa.  As lesões da toxoplasmose cerebral caracterizam-se por áreas focais de necrose do tipo coagulativo.  Habitualmente, a necrose isquêmica do cérebro é liqüefativa, como nos infartos. Contudo, como há oclusão vascular disseminada e intensa, falta sangue para manter vivas até as células microgliais, que são fundamentais no processo de necrose liqüefativa. Também não chega sangue para permitir o aporte de monócitos do sangue, outra fonte de macrófagos ou células grânulo-adiposas. Por isso, o tecido que morre não é fagocitado ou eliminado, permanecendo no local, e podendo inclusive calcificar-se. 
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Parasitas. Toxoplasma gondii foram encontrados em forma de pseudocistos (bradizoítos) e livres no tecido (taquizoítos), isolados ou em pequenos grupos.  Seu achado exige busca minuciosa, melhor com objetiva de imersão.  Abaixo, alguns exemplos, fotografados em objetivas 40 e 100 x
Pseudocistos (bradizoítos). 
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Formas livres (taquizoítos). São mais difíceis de achar que os pseudocistos e, devido ao pequeno tamanho, podem ser facilmente confundidos com restos celulares ou corpos apoptóticos.  A diferença é que os taquizoítos são semelhantes entre si em tamanho, já os detritos celulares têm forte picnose e variam em tamanho. Nos taquizoítos é possível distinguir núcleo e citoplasma e o microrganismo lembra um plasmócito em miniatura, sendo o núcleo excêntrico. 
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Reticulina. Destaca o espessamento da leptomeninge, e a endarterite obliterante, tanto na meninge quanto no parênquima.  A proliferação das camadas dos vasos leva a um aspecto em casca de cebola, com marcada redução da luz. 
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Endarterite obliterante. Aspecto em casca de cebola dos vasos. 
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Reticulina. Parênquima com necrose coagulativa.  Nas áreas submeníngeas com necrose coagulativa (vistas em HE), há grande aumento na quantidade de fibras reticulínicas, provavelmente devido à reação inflamatória e proliferação de pequenos vasos. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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IH.  A marcação com anticorpo contra Toxoplasma gondii  na diluição 1:200 produziu reação muito pálida, mas ajudou a localização dos microrganismos. 
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Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira (Chefe Prof. Antonio Augusto Roth-Vargas), gentilmente contribuído pelos Drs. Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e Hoyama da Costa Pereira. Imagens tomográficas por obséquio dos Drs. Caio Sauer e Lúcio Schoenmann do Nascimento, Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), Limeira, SP. 
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