Neupatimagem-UNICAMP

Tumor neuroepitelial disembrioplásico (DNET). 1. Macro, HE

Masc. 2 a 5 m. Clique para RM, macro, HE, IH - GFAP, vimentina, SNF, MAP2, NF, SMI-32, NeuN, Ki67

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Espécime cirúrgico. Foi retirado o tecido recobrindo a cavidade documentada nas imagens de RM. O aspecto é de córtex cerebral, o que se confirma nos cortes histológicos. A face interna é constituída por camada fina e descontínua de substância branca. A cavidade era preenchida por líquido com as características de sinal do líquor, sendo brilhante em T2 e tendo sinal suprimido completamente no FLAIR (= água livre). Fotos por gentileza do Sr. Irineu Mantovanelli Neto, técnico macroscopista do Centro Infantil Boldrini.

Lâminas escaneadas. O fragmento demonstrado acima foi fixado e fatiado em cortes paralelos para inclusão em parafina. Aqui temos imagens escaneadas de 2 dos 4 blocos assim obtidos. A superfície do córtex, com aracnóide e pia-máter, está em cima nas fotos. Toda a espessura dos fragmentos é constituída por córtex cerebral com tumor neuroepitelial disembrioplásico (DNET), notando-se na margem profunda uma orla de substância branca, que faz limite com a cavidade preenchida por líquor. Lâminas escaneadas com 600 dpi (dots per inch) e 1200 dpi abaixo.

Destaques da microscopia.

HE. Aumento panorâmico - córtex cerebral e leptomeninge	Aumento médio	Aumento forte, 'neurônios flutuantes'. Neurônios binucleados


GFAP. Positivo em astrócitos.	VIM. Positivo em astrócitos	VIM. Positivo em capilares.


SNF. Positivo forte no neurópilo, fraco no citoplasma dos neurônios. Neurônio binucleado	MAP2. Positivo forte no citoplasma dos neurônios, núcleos negativos	NF. Positivo forte no citoplasma dos neurônios e em axônios do neurópilo


SMI32. Positivo no citoplasma dos neurônios, realça dismorfismos e orientações anômalas	NeuN. Positivo no núcleo e citoplasma dos neurônios, destaca-os das demais células do córtex	Ki-67. Positividade em cerca de 1% dos núcleos das células neoplásicas.

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HE. Córtex cerebral com DNET em aumento fraco. Secções transversais do espécime mostram córtex cerebral alterado pelo tumor neuroepitelial disembrioplásico (DNET). Predomina aspecto homogêneo de alto a baixo, desde a superfície meníngea até a margem inferior com resquícios de substância branca. As células são pequenas, com citoplasma escasso e claro, lembrando oligodendrócitos. Neurônios, também pequenos e dismórficos, intercalam-se aqui e acolá, freqüentemente circundados por halo claro ('neurônios flutuantes'). Não há atipias nucleares, mitoses ou necrose. Capilares são finos e inconspícuos.

Na superfície externa observa-se a leptomeninge com seus folhetos: aracnóide externa e pia-máter finíssima em contato com a camada molecular do córtex. Entre ambas está o espaço subaracnóideo, opticamente vazio no preparado, mas contendo líquor em vida. Aí também se observam pequenos vasos, arteríolas e vênulas.

Córtex cerebral em aumento médio.

As células entre os neurônios são gliais, sendo as com citoplasma claro provavelmente oligodendrócitos. As demais devem ser astrócitos ou micróglia. Contudo, com GFAP e vimentina a quantidade destes filamentos intermediários nos prolongamentos celulares é mínima.

Córtex cerebral em aumento forte - 'Neurônios flutuantes'. Detalhes dos neurônios são melhor visualizados com objetiva de imersão (x100). Boa parte deles estão circundados por material mucóide amorfo ou filamentoso, levemente basófilo, sem contato com outros elementos do tecido neste plano de corte (mas provavelmente aderidos em outro plano). São dismórficos, com núcleos de cromatina densa, sem ou com nucléolo evidente, e volume nuclear desproporcional ao do citoplasma. Prolongamentos citoplasmáticos são vistos em alguns, sem orientação espacial definida. Alguns lembram neurônios piramidais normais, mas com dendrito apical dirigido para baixo. Observam-se alguns neurônios binucleados (raríssimos em tecido normal, mas também observados em gangliogliomas). Fotos abaixo todas com leptomeninge para cima.

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Agradecimentos. Caso do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP. Preparações histopatológicas e imunohistoquímicas pelos técnicos do Laboratório de Patologia daquele hospital - Srs. Aparecido Paulo de Moraes e Irineu Mantovanelli Neto.

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