Cisto de plexo coróide
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Destaques. 
Macroscopia.  Cisto de paredes lisas e translúcidas Espécime sob lupa. Projeções  papilíferas lembrando plexo coróide  Lâminas escaneadas. Membranas redundantes de tecido conjuntivo fibroso, revestidas por epitélio cúbico simples em uma das faces
Microscopia.  Vilosidades rudimentares de plexo coróide projetavam de alguns segmentos da membrana Em outras áreas, o revestimento externo do cisto era de células epiteliais cúbicas Detalhes citológicos. Células regulares, com bordadura em escova na face apical 
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Espécime.   Formação cística de superfície externa lisa, parede fina, delimitada por delicada membrana esbranquiçada e translúcida. Um cisto menor é visível na superfície externa. 
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Após abertura, peça imersa em água. 

A formação cística foi aberta com tesoura ao longo de uma das bordas. As fotos seguintes foram feitas após imersão em água, para eliminar reflexos. 

Na superfície externa, próxima ao cisto menor, observava-se pequena  formação avermelhada, de aspecto viloso, que, ao exame com lupa estereoscópica, mostrou ser constituída por plexo coróide. Isto foi depois confirmado histologicamente (abaixo). 

Internamente,

a cavidade era uniloculada, de superfície lisa. 

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Fotos sob lupa.   Formação vilosa na superfície externa mostra projeções papilíferas em couve flor, fortemente sugestivas de elementos do plexo coróide. As visualizadas em primeiro plano na foto abaixo são avermelhadas, indicando conteúdo sanguíneo. Outras eram incolores.   Fotos sob lupa pelo fotógrafo do Depto. de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Sr. Adilson Abílio Piaza. 
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Relação entre as vilosidades e as formações císticas.   Estas projeções com aspecto em couve flor pareciam brotar da superfície das formações císticas, sugerindo que os cistos se formaram no estroma do plexo coróide. 
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Vilosidades do plexo coróide em diferentes meios de observação.
A. Peça a seco. B. Imersa em água.  C. Imersa em água, sob lupa.  D.  Corte histológico corado por HE. 
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Lâminas escaneadas. 

As membranas que compunham os cistos foram incluídas em dois blocos de parafina.  Nos cortes corados por HE e escaneados, chama atenção a grande finura das membranas redundantes, revestidas em uma das faces por epitélio coróide.  Só em raras áreas observam-se projeções vilosas.  Segmentos fortemente basófilos devem-se a artefatos de fulguração. 

Ao lado, bloco 1, escaneado com 600 dpi (dots per inch) e com 1200 dpi abaixo. 

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Bloco 2. 

Este foi selecionado para microfotografias.  As áreas escolhidas estão indicadas por retângulos coloridos. 

Foto ao lado com 600 dpi. Detalhes  abaixo com 1200 dpi .

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Área 1.  As membranas são revestidas em uma das faces por células do plexo coróide, assentadas sobre fina camada de tecido conjuntivo fibroso. Este corresponde ao estroma do plexo, que sofreu transformação cística por acúmulo de líquido.  Há muito poucas vilosidades (eixos conjuntivo-vasculares) que, no plexo coróide normal, são abundantes. As melhores são as mostradas abaixo. No restante do material, as vilosidades são rudimentares ou sequer se formaram, estando a parede externa do cisto revestida por epitélio cúbico simples. Mesmo nestas áreas, as células lembram as do plexo, com a membrana apical em 'bordadura em escova', formada por microvilos. 
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Área 2. Para as áreas selecionadas seguintes, valem as mesmas observações que para a área 1 acima. 
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Área 3. 
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Área 4. 
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Detalhes citológicos. 
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Cistos do plexo coróide. 

Cistos do plexo coróide derivam de dobras anormais do epitélio revestindo o plexo coróide na vida fetal. Podem ocorrer em qualquer localização do sistema ventricular, mas são mais comuns no glomus ou trígono dos ventrículos laterais.  São vistos em cerca de 1% dos fetos, geralmente menores que 1 cm. e situados no corpo do plexo coróide, mas podem fazer protrusão na cavidade ventricular. São assintomáticos e resolvem-se espontaneamente na 26ª a 28ª semanas. Cistos maiores podem causar hidrocefalia. 

Genética.  Cistos do plexo coróide são mais prevalentes na trissomia dos cromossomos 18 ou do 21, e na síndrome de Aicardi. Estas anomalias genéticas devem ser consideradas se os cistos são maiores que 1 cm, bilaterais ou se a idade materna for maior que 32 semanas. A associação com aneuploidia foi relatada pela primeira vez em 1986. 

Em TC e RM, cistos do plexo coróide apresentam densidade ou intensidade de sinal iguais às do líquor. 

Histologicamente, segundo Kraus e Jirásek (2002), cistos de plexo coróide exibiram acúmulo de líquido no interior do estroma mesenquimal distendido e as cavidades preenchidas por líquido não eram forradas por epitélio. Sugerem que cistos de plexo coróide fetais são na realidade pseudocistos que exibem padrões angiomatosos de capilares nas suas paredes. 

Referências. 

  • Eboli P, Danielpour M. Acute obstructive hydrocephalus due to a large posterior third ventricle choroid plexus cyst. Pediatr Neurosurg. 2011; 47(4):292-4. 
  • Filardi TZ, et al.  Treatment of intermittent obstructive hydrocephalus secondary to a choroid plexus cyst. J Neurosurg Pediatr. 2009; 4(6):571-4.
  • Fong K, et al. Fetal ventriculomegaly secondary to isolated large choroid plexus cysts: prenatal findings and postnatal outcome. Prenat Diagn. 2011; 31(4):395-400. 
  • Hamada H, et al. Huge arachnoid cyst incorporating choroid plexus. Childs Nerv Syst. 2006; 22(4):420-3. 
  • Jeon JH, et al.  Neuroendoscopic removal of large choroid plexus cyst: a case report. J Korean Med Sci. 2005; 20(2):335-9.
  • Kraus I, Jirásek JE.  Some observations of the structure of the choroid plexus and its cysts. Prenat Diagn. 2002; 22(13):1223-8.
  • Naeini RM, et al.  Spectrum of choroid plexus lesions in children.  AJR  2009; 192: 32-40. 
  • Nahed BV, et al. Acute hydrocephalus secondary to obstruction of the foramen of Monro and cerebral aqueduct caused by a choroid plexus cyst in the lateral ventricle. Case report. J Neurosurg. 2007; 107 (3 Suppl):236-9.
  • Parízek J, et al. Choroid plexus cyst of the left lateral ventricle with intermittent blockage of the foramen of Monro, and initial invagination into the III ventricle in a child. Childs Nerv Syst. 1998; 14(12):700-8.
  • Peleg D, Yankowitz J. Choroid plexus cysts and aneuploidy. J Med Genet. 1998; 35(7):554-7.
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Agradecimentos. Caso gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas,  Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e Marcel Ramos Olivatto, Hospital Santa Casa de Limeira, Limeira, SP.  Fotos do espécime sob lupa pelo fotógrafo do Depto. de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Sr. Adilson Abílio Piaza.  Preparações histológicas pelos técnicos Aparecido Paulo de Moraes e Viviane Ubiali. 
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