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ESPÉCIME. Massa tumoral arredondada com superfície externa bem definida e levemente irregular, consistência moderadamente firme, medindo cerca de 5 cm. no maior diâmetro e pesando 24 g. Aos cortes, a superfície variava de branca a pardacenta e era homogênea, com apenas um pequeno cisto. |
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Aspecto geral do tumor. | .. |
Neoplasia de astrócitos com rico fundo fibrilar e moderada celularidade, sem atipias nucleares, mitoses ou áreas de necrose. Os prolongamentos celulares se entrelaçam formando densa trama. |
Arquitetura pilocítica. As células do astrocitoma pilocítico tendem mais a alongadas, fusiformes ou bipolares do que a estreladas e multipolares, como nos outros tipos de astrocitoma. Em muitas áreas, os prolongamentos densamente fibrilares das células neoplásicas dispunham-se em paralelo, à maneira de fios de uma cabeleira. Este aspecto pilocítico é um dos padrões de arquitetura clássicos do tumor. O outro padrão (protoplasmático com degeneração microcística) não era observado neste espécime. | |
Proliferação vascular era proeminente, freqüentemente com pseudoglomérulos e hialinização perivascular. |
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Tricrômico de Masson. Os prolongamentos celulares, que são espessos, pouco ramificados e riquíssimos em GFAP, coram-se em vermelho cereja pelo tricrômico de Masson. O citoplasma é predominantemente azulado. Os núcleos mostram cromatina delicada, bem distribuída e pequenos nucléolos. Não há evidência morfológica de agressividade. | |
Proliferação vascular. O tecido fibroso perivascular é elegantemente demonstrado pelo tricrômico de Masson, que destaca colágeno em azul e as fibrilas das células neoplásicas em vermelho. | |
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GFAP. As fibrilas no citoplasma das células neoplásicas são fortemente GFAP positivas. Os vasos proliferados são negativos (inclusive nas células endoteliais, comparar com vimentina abaixo), e destacam-se contra o fundo ricamente fibrilar. Prolongamentos dos astrócitos do tumor terminam na superfície dos tufos vasculares, às vezes com expansões à maneira de corneta ('pés sugadores'). | |
Por vezes, prolongamentos das células neoplásicas são vistos entre as células dos pseudoglomérulos. | |
VIM. Com vimentina coram-se as células neoplásicas e as células endoteliais dos vasos. O colágeno entre os vasos dos pseudoglomérulos é negativo. | |
Vimentina demonstra claramente a morfologia pilocítica das células neoplásicas (prolongamentos espessos e pouco ramificados originando-se dos polos do corpo celular). O aspecto depende do plano de corte, sendo visíveis um ou dois prolongamentos. | |
S-100. Positividade nuclear e citoplasmática nas células neoplásicas. | |
a-B-cristalina. Proteína encontrada nas fibras de Rosenthal. Aqui, não foram observadas estas inclusões citoplasmáticas nas células neoplásicas em HE. Contudo, houve positividade nítida para a-B-cristalina em várias células ou prolongamentos celulares, principalmente próximos a vasos. | |
Áreas negativas. Nota-se apenas leve marcação de fundo, considerada sem valor. | |
CD34. A positividade nas células endoteliais dos vasos demonstra a rica vascularização do tumor e a abundância de pseudoglomérulos. As células neoplásicas são negativas. | |
Ki-67. Positividade em poucos núcleos (< 1%). | |
Comentário. O interesse deste caso é a sua extrema raridade na faixa etária do paciente (73 anos ou 8a. década). Na estatística de 205 casos citada abaixo, houve apenas um caso em paciente do sexo feminino (e nenhum após isso). A ocorrência de cistos é comum neste tumor, mas não foi observada no presente caso. Admitimos que o tumor já estive presente há muito tempo, possivelmente há décadas, mas só causou sintomas quando o grau de compressão do IVº ventrículo levou a descompensação da hidrocefalia e hipertensão intracraniana grave. |
Incidência
etária do astrocitoma pilocítico.
Gráfico redesenhado a partir de dados do Hospital Universitário de Zurique, em Burger PC et al. Pilocytic astrocytoma. in Kleihues P, Cavenee WK (eds). Tumours of the Nervous System, Pathology and Genetics. WHO Classification of Tumours. IARC Press, Lyon, 2000, p. 45. |
Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira, gentilmente contribuído pelos Drs. Paulo Roland Kaleff, Marcelo Senna Xavier de Lima, Luiz Gustavo da Cunha Peixoto e Antonio Augusto Roth Vargas. |
Para mais imagens deste caso: | TC | Microscopia eletrônica |
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