Mola  hidatiforme
Lam. A. 70

 

 

 
Lâm. A. 70. Mola hidatiforme. Ocorre em uma a cada 1000 ou 2000 gravidezes e caracteriza-se por grande aumento de volume das vilosidades, que se tornam visíveis macroscopicamente e císticas. Microscopicamente, há degeneração hidrópica do tecido conjuntivo da vilosidade, com ausência dos vasos fetais. Tanto o cito- como o sinciciotrofoblasto mostram hiperplasia e atipias celulares em graus variáveis. Não há formação de embrião. Clinicamente, a manifestação mais freqüente é no 4o ou 5o mês com sangramento vaginal, aumento excessivo do volume uterino e ausência de batimentos fetais. O tratamento é por curetagem uterina.  A complicação mais séria das molas é a transformação em coriocarcinoma (2% dos casos). O aspecto histológico não permite prever o prognóstico.  Assim, as pacientes devem ser acompanhadas periodicamente com dosagem de gonadotrofina coriônica humana no plasma (b-HCG); aumento dos níveis sugere que um remanescente de mola tenha-se transformado em coriocarcinoma. 
            A origem mais aceita para a mola aqui demonstrada, dita mola completa, é a androgênese : desenvolvimento a partir apenas de cromossomos paternos, tendo o óvulo fertilizado perdido seu núcleo. O cariótipo é diplóide [46 XX (90%) ou 46 XY].  Outro tipo mais raro de mola, não mostrado aqui, é a mola parcial, em que o cariótipo é triplóide (p. ex., 69 XXY) e atribuído a fertilização de um óvulo por dois espermatozóides. Na mola parcial as alterações são mais leves: só algumas vilosidades são edemaciadas, a proliferação trofoblástica é focal, pode haver formação de embrião (não viável) e a transformação em coriocarcinoma é rara. 

 
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