Bilirrubina  na cirrose biliar do fígado. 
Lam. A. 72b
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Esta lâmina destina-se a mostrar a bilirrubina, na forma de grânulos pardacentos, no interior de ductos biliares dilatados. Alguns ductos mostram-se tão dilatados pela bile represada que sofreram ruptura, com reação histiocítica-macrofágica envolvente. Observa-se também bilirrubina no citoplasma dos hepatócitos, nas células de Kupffer (macrófagos que margeiam os sinusóides) e na forma de cilindros de cor pardacenta nas vias biliares intrahepáticas : os canalículos biliares entre os hepatócitos e os ductos biliares proliferados nos espaços-porta.  Para o metabolismo da bilirrubina, clique.

Acompanha intensa fibrose, que alarga os espaços-porta e se estende como uma rede, unindo espaços-porta vizinhos. Há também forte redução do tamanho dos lóbulos hepáticos (cirrose biliar –fase avançada). 

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Lâmina escaneada. 

Neste corte de fígado com cirrose biliar, os pseudolóbulos do parênquima cirrótico são vistos à direita. Os grandes espaços vazios são ductos biliares muito dilatados que continham bile, mas esta perdeu-se na preparação. Alguns ductos menores ainda mostram bile acumulada. Há intensa fibrose entre os lóbulos hepáticos lesados (pseudolóbulos) e em torno dos ductos biliares. 

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Pigmento biliar  retido em ductos maiores. 

Nestes ductos  extremamente distendidos por bile, a bilirrubina aparece como grumos amorfos de pigmento marrom-esverdeado. 

 

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Reação macrofágica à bile extravasada por ruptura dos ductos. 

A dilatação dos ductos foi grande a ponto de causar ruptura do epitélio e extravasamento da bile para o tecido conjuntivo em volta. Resultou intensa reação macrofágica em torno do pigmento, que aparece tanto em localização extracelular como fagocitado por macrófagos. 

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Epitélio de ducto biliar dilatado. 

Ao lado, epitélio cilíndrico simples de um ducto biliar dilatado, em área onde não houve ruptura por excesso de bile. 

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Cirrose  biliar. 

Intensa fibrose dos espaços portais, avançando entre os lóbulos hepáticos. Estes perdem sua arquitetura funcional, ficando desorganizados (pseudolóbulos). 

Em meio à fibrose, há proliferação dos ductos biliares, muitos dos quais contêm cilindros de bilirrubina. A fibrose é melhor apreciada no tricrômico de Masson

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Cilindros biliares em ductos proliferados nos espaços portais.
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Cilindros biliares  em  canalículos  (entre hepatócitos).  A retenção biliar nos ductos interlobulares passa aos canalículos intralobulares, que não têm parede própria, sendo delimitados pelas membranas celulares de dois hepatócitos vizinhos. A dilatação destes canalículos leva ao aparecimento destes pequenos cilindros, mais finos e tortuosos que os observados acima nos ductos biliares dos espaços portais. 
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Colestase  intrahepatocítica. 

A última etapa da retenção biliar ocorre no citoplasma dos próprios hepatócitos, onde o pigmento pardo esverdeado aparece na forma de pequenos grumos. A retenção varia de área a área e nem sempre é tão intensa. 

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Tricrômico de Masson. 

Esta popular técnica para tecido conjuntivo cora as fibras colágenas em azul e todos elementos celulares em vermelho. Por isso, destaca os pseudolóbulos do tecido fibroso dos espaços portais, realçando o padrão da cirrose biliar.  Nota-se também fibrose ao redor dos ductos biliares dilatados (à esquerda na foto). 

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Fibrose dos espaços portais, proliferação ductal. 

Na cirrose, há alargamento dos espaços portais por tecido fibroso. Os ductos biliares (normalmente só há um por tríade portal) proliferam abundantemente formando estruturas tubulares tortuosas, que freqüentemente contêm cilindros biliares. 

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Pseudolóbulos. 

Na cirrose hepática de qualquer etiologia, há desorganização da arquitetura dos lóbulos hepáticos, levando a perda de sua funcionalidade. Há alteração do arcabouço reticulínico dos lóbulos, que deixa de ter o arranjo radiado característico. Os hepatócitos se regeneram ao acaso, formando nódulos chamados de pseudolóbulos, onde o sangue não flui mais ordenadamente da periferia para o centro. 

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Fibrose periductal. 

O acúmulo de bilirrubina nos ductos sob pressão leva à ruptura do revestimento epitelial, com extravasamento de bile para o interstício, como já visto em HE. Assim, desenvolve-se reação inflamatória e fibrose em torno dos ductos. O Masson demonstra essas fibras colágenas em azul. 

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Agradecimentos.  Preparo das lâminas deste caso pela técnica Luzia Aparecida Magalhães Ribeiro Reis.  Tricrômico de Masson pelo técnico Sr. Sérgio Roberto Cardoso,  Laboratório de Colorações Especiais, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. Campinas, SP. 
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Peças de cirrose biliar: 
em adulto: TGI-40;    em criança: F-40
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