Bilirrubina (pigmento biliar) na  cirrose biliar do fígado
Lam. A. 72

 
            O objetivo desta página é mostrar a bilirrubina, o pigmento que dá à bile sua cor verde. 
            A bilirrubina deriva do metabolismo do heme, mas (ao contrário da hemossiderina) não contém ferro. Resulta do catabolismo do anel tetrapirrólico chamado porfirina, onde o ferro está inserido. É a única parte da molécula da hemoglobina que é realmente descartada pelo organismo, já que o ferro e a globina (proteína) são totalmente reaproveitados. 
            Normalmente, a bilirrubina originada das hemácias é conjugada pelo fígado a ácido glicurônico para torná-la hidrossolúvel, e é secretada pelos hepatócitos nos canalículos biliares (formados pelas membranas dos próprios hepatócitos). Daí passa aos ductos biliares presentes nos espaços portais, destes ao ducto hepático, ducto colédoco e ampola de Vater na segunda porção do duodeno. 
            No caso aqui demonstrado, o fluxo de bile foi obstruído, resultando na retenção da bile dentro do próprio fígado (a isto se chama colestase). A causa da obstrução não está clara, mas causas comuns incluem calculose ou colelitíase (obstrução das vias excretoras por cálculos) ou tumores malignos da região da papila de Vater ou da cabeça do pâncreas, por onde passa o colédoco.  Clinicamente, o paciente apresenta icterícia
            Se a obstrução é prolongada, ocorrerá lesão dos hepatócitos por toxicidade da própria bilirrubina, com fibrose dos espaços portais e destruição da arquitetura dos lóbulos hepáticos, resultando, portanto, em cirrose, dita cirrose biliar. Este é o caso aqui. Detalhes do processo cirrótico serão vistos em Patologia Hepática.  Aqui demonstramos apenas o aspecto do pigmento retido no citoplasma dos hepatócitos e nas vias biliares intrahepáticas. 

 

Desarranjo parcial da arquitetura do parênquima hepático, com formação de septos fibrosos e alargamento dos espaços portais, que mostram intensa proliferação ductal, característica da etiologia biliar da cirrose.

 
 
Há abundante pigmento biliar (bilirrubina) no citoplasma de hepatócitos, na forma de pequenos grânulos pardacentos, e no citoplasma de células de Kupffer que margeiam os sinusóides. Observam-se também cilindros de cor pardacenta nos canalículos biliares, situados entre os hepatócitos. 
 
fibrose dos espaços portais, com intensa proliferação ductal. O pigmento biliar é visto como cilindros ou rolhas de cor verde escura ou negra no interior de vários ductos.

 
 
Peças de cirrose biliar: 
em adulto: TGI-40;    em criança: F-40
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