O objetivo desta página é mostrar a bilirrubina, o
pigmento que dá à bile sua cor verde.
A bilirrubina deriva do metabolismo do heme, mas (ao contrário
da hemossiderina) não contém ferro. Resulta do catabolismo
do anel tetrapirrólico chamado porfirina, onde o ferro
está inserido. É a única parte da molécula
da hemoglobina que é realmente descartada pelo organismo, já
que o ferro e a globina (proteína) são totalmente reaproveitados.
Normalmente, a bilirrubina originada das hemácias é conjugada
pelo fígado a ácido glicurônico para torná-la
hidrossolúvel, e é secretada pelos hepatócitos nos
canalículos biliares (formados pelas membranas dos próprios
hepatócitos). Daí passa aos ductos biliares presentes nos
espaços portais, destes ao ducto hepático, ducto colédoco
e ampola de Vater na segunda porção do duodeno.
No caso aqui demonstrado, o fluxo de bile foi obstruído, resultando
na retenção da bile dentro do próprio fígado
(a isto se chama colestase). A causa da obstrução
não está clara, mas causas comuns incluem calculose
ou colelitíase (obstrução das vias excretoras
por cálculos) ou tumores malignos da região da papila
de Vater ou da cabeça do pâncreas, por onde passa o colédoco.
Clinicamente, o paciente apresenta icterícia.
Se a obstrução é prolongada, ocorrerá lesão
dos hepatócitos por toxicidade da própria bilirrubina, com
fibrose dos espaços portais e destruição da arquitetura
dos lóbulos hepáticos, resultando, portanto, em cirrose,
dita cirrose biliar. Este é o caso aqui. Detalhes do processo
cirrótico serão vistos em Patologia
Hepática. Aqui demonstramos apenas o aspecto do pigmento
retido no citoplasma dos hepatócitos e nas vias biliares intrahepáticas. |