Cordoma sacral. Lesão inicial e recidiva gigante após 6 anos. 
Fem.  68 a.  Tumor na região sacral operado em outro serviço em 2000, com diagnóstico anátomo-patológico de cordoma. Refere constipação e necessidade intermitente de sondagem vesical desde a cirurgia. Manteve acompanhamento ambulatorial por 3 anos, depois perdeu-se o seguimento. Há cerca de 8 meses começou a apresentar parestesias em membro inferior E, de caráter progressivo, passando a quadro álgico de forte intensidade há 1 mês.  Sinal de Lasègue à E a 45º.  Operada novamente com retirada aparentemente completa da massa tumoral.  No pós-operatório sofreu acidente vascular cerebral, evoluindo para óbito após alguns dias em UTI.  Abaixo, dois exames de RM, em 2000 e 2006

 
RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA, 19/6/2000 
Lesão lítica bem delimitada nas vértebras distais do osso sacro, crescendo também anteriormente de forma vegetante e com contorno lobulado. Tem aspecto homogêneo, com hiposinal em T1 e hipersinal em T2, indicando alto grau de hidratação. Há discreta impregnação irregular por contraste. 
CORTES  SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE
T2
T1 SEM CONTRASTE T1 COM CONTRASTE T2
Comparando-se as imagens pesadas em T1, sem e com contraste, nota-se que a impregnação pelo gadolínio é muito tênue e restrita a certas áreas do tumor.  Em T2, a lesão brilha devido ao alto grau de hidratação do tecido neoplásico. 
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CORTES  AXIAIS, T1 SEM CONTRASTE.  O sentido dos cortes é de baixo para cima (ver scout, figura acima e à D). 
T2. O tumor está centrado no sacro e se estende de forma limitada aos tecidos próximos. Chama a atenção pelo intenso hipersinal.

RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA, 9/1/2006 
Após 5 anos e meio, observou-se extensa recidiva da lesão, que, apesar de bem delimitada, é volumosa e cresce em meio aos tecidos da região, invadindo principalmente a musculatura glútea E.  Houve retirada dos segmentos sacrais abaixo de S2, e do cóccix, na primeira cirurgia em 2000. 

O tumor é notado como massa sólida, hidratada, de contornos bem definidos, com formato alongado segundo eixo transversal.  Tem textura finamente lobulada, mostrando hiposinal em T1 e hipersinal em T2, com impregnação moderada e levemente heterogênea pelo gadolínio. Cresce anterior ao segmento restante do sacro e projeta-se à E, penetrando nos tecidos moles (músculos e tecido adiposo) da região glútea E.  Na pelve, chega à parede posterior do útero, deslocando este órgão e a bexiga para frente, e comprime o reto-sigmóide. Não invade o canal vertebral. 

CORTES  AXIAIS, T2.   Como houve retirada parcial do sacro na cirurgia anterior, as alças intestinais situam-se logo abaixo da pele e subcutâneo.  A seqüência dos cortes neste exame é de cima para baixo.
A arquitetura lobulada e a textura finamente heterogênea da massa neoplásica são nítidas  nestas imagens em T2, onde os lóbulos aparecem mais brilhantes devido ao alto grau de hidratação, destacando-se dos septos fibrosos intratumorais. 
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T1 SEM CONTRASTE. O tumor desloca a bexiga e o útero para frente e infiltra a musculatura glútea posteriormente à articulação coxo-femural E. 
T1 COM CONTRASTE
T1 SEM CONTRASTE T1 COM CONTRASTE T2
Com contraste, a impregnação é mais acentuada nos septos conjuntivos que separam os lóbulos tumorais.  Com T2, forte hipersinal devido ao caráter hidratado do cordoma. 
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CORTES  CORONAIS, T2 E T1 SEM CONTRASTE
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CORTES  SAGITAIS, T2. Seqüência vai da linha média (1º corte) em direção à E. 
T2. Detalhes dos cortes sagitais do cordoma, mostrando o nítido caráter lobulado. Os lóbulos, sendo mais hidratados, brilham mais que os septos conjuntivos. O tecido muscular glúteo onde o tumor penetra apresenta estrias brilhantes, correspondendo a infiltração adiposa secundária a atrofia. 
T1 SEM CONTRASTE
T1 COM CONTRASTE
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Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira, gentilmente contribuído pelos Drs. Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff, Rogério del'Arco e Antonio Augusto Roth Vargas. 
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