TUMORES
DO PLEXO CORÓIDE
O papiloma
do plexo coróide é um tumor benigno (OMS grau I), que pode
ser curado por ressecção completa. O carcinoma do plexo coróide
é altamente maligno (OMS grau III). Papilomas superam os carcinomas
na razão de 5:1.
Incidência.
Tumores do plexo coróide representam 10 a 20% dos tumores cerebrais
no 1º ano de vida. Cerca de 80% dos tumores nos ventrículos
laterais ocorrem antes dos 20 anos, com forte ênfase na 1ª década
e queda exponencial nas subseqüentes. No IVº ventrículo,
a distribuição é praticamente uniforme nas várias
décadas, com leve predomínio nas primeiras e leve queda linear
nas seguintes. Cerca de 80% dos carcinomas do plexo coróide ocorrem
em crianças.
Localização.
50% nos ventrículos laterais, 40% no IVº ventrículo,
5% no IIIº ventrículo. Bloqueiam a circulação
liquórica dando hidrocefalia e hipertensão intracraniana.
Macroscopia. Papilomas.
Massas em couve-flor, que podem aderir à parede ventricular, mas
que geralmente estão separadas do tecido cerebral.
Carcinomas.
Tumores sólidos, invasivos, necróticos e hemorrágicos.
Microscopia. Papilomas.
Assemelham-se ao plexo coróide normal, mas as células são
mais alongadas e próximas entre si. Carcinomas. Tumor sólido
com francos sinais de malig-nidade, perda do padrão papilífero
e invasão do cérebro.
Imunohistoquímica.
Papilomas.
Antígenos epiteliais como citoqueratinas e EMA são expressados
por quase todos os papilomas. Proteína S-100 (um antígeno
neuroectodérmico) está presente em 90%. GFAP está
ausente em plexo coróide normal, mas ocorre focalmente em 25 a 55%
dos papilomas. Transtiretina é um bom marcador para epitélio
coróide normal e neoplásico. Contudo até 20% dos papilomas
podem ser negativos e, raramente, outros tumores cerebrais e carcinomas
metastáticos podem expressá-la.
Carcinomas.
Expressam citoqueratinas. S-100 e transtiretina estão mais freqüentemente
ausentes que nos papilomas. GFAP é positivo em 20%. Distinção
de carcinoma do plexo coróide com carcinomas metastáticos:
anticorpos HEA125 e BerEP4 marcam mais de 95% dos carcinomas metastáticos
ao cérebro, mas só 10% dos papilomas ou carcinomas do plexo
coróide. Expressão de CEA sugere carcinoma metastático,
mas alguns carcinomas do plexo coróide podem ser positivos.
Prognóstico. Papilomas
do plexo coróide podem ser curados cirurgicamente com sobrevida
de 5 anos de pelo menos 80%. Carcinomas do plexo disseminam-se amplamente
pela meninge e podem dar até metástases sistêmicas.
O prognóstico correlaciona-se com mitoses, necrose, invasão
cerebral, negatividade para transtiretina, menor expressão de S-100
e extensão da remoção cirúrgica.
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