Malformação artério-venosa cerebral (MAV)

 
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Nesta página, colorações especiais e imunohistoquímica.

 
COLORAÇÕES  ESPECIAIS
Com tricrômico de Masson, nota-se que o tecido entre os vasos apresenta áreas mais róseas e outras mais azuladas. As mais róseas são de tecido glial (gliose), as mais azuis são tecido fibroso (fibrose).  Ambos correspondem a reação cicatricial à presença da MAV. 
Tricrômico de Masson.  Esta coloração tem a virtude de diferenciar entre tecido colágeno, que se cora em azul, do tecido nervoso (gliótico ou normal) que se cora em vermelho.  (Na HE ambos se coram em róseo.)  Com isso é possível distinguir áreas de gliose (vermelhas) de áreas de fibrose (azuis). Também ajuda no estudo das paredes vasculares.  O músculo liso da média das artérias se cora em vermelho, o colágeno da adventícia em azul. Para detalhes técnicos consultar a página de Histologia, neste site. 
Artérias. As artérias de estrutura normal ou próxima do normal são reconhecíveis pela camada média corada em vermelho e da adventícia em azul. Na primeira fila, ambas contêm sangue. Na segunda, uma contém sangue e a maior está preenchida por onix. 
Veias. As veias não têm camada média bem definida. Geralmente têm poucas fibras musculares lisas, e estas não são compactamente arranjadas, como nas artérias, mas entremeadas por fibras colágenas. Por isso, no tricrômico de Masson as veias aparecem em cor predominantemente azul. 
Estudando-se vários cortes, fica-se com a impressão de que as artérias tendem a estar preenchidas com o material embolizante, que chama a atenção pelas partículas pretas, e as veias contêm sangue. Há porém exceções: artérias lado a lado, uma embolizada a outra não, e vasos com estrutura de veia mas contendo Onyx®. Isto seria explicado pelos curto-circuitos artério-venosos, sem passar por uma rede capilar. É possível também que, por os vasos serem muito anormais, alguns que têm estrutura de veia possam estar do lado arterial da MAV. 
Abaixo, outro exemplo de veia e artéria. A artéria está preenchida e distendida por material exógeno. Notar que não há propriamente trombose. A camada média e a adventícia são distintas e estão finas devido à distenção do vaso. 
Já a veia está vazia (deveria conter sangue, que saiu com a preparação). Sua parede é anômala, espessa, formada por fibroblastos e fibras colágenas frouxamente arranjadas. Não se observam fibras musculares lisas. 
Abaixo, vaso com estrutura de veia, mas preenchida por Onyx®. Sua parede é constituída só por tecido fibroso colágeno denso. Há área de fibrose irregular em volta. 
Ao lado, grupo de pequenos vasos com estrutura arterial, agregados 'back to back' . 

 
Para comparar:  Artérias e veias normais em tricrômico de Masson. Trata-se de vasos normais de outro caso, não relacionados à MAV, aqui acrescentados a título de comparação. 

Weigert - van Gieson. Esta  técnica cora fibras elásticas em negro pelo corante de Weigert (fucsina básica/resorcina), e as fibras colágenas em vermelho pelo corante de van Gieson (fucsina ácida).  O tecido de fundo, independente do tipo,  fica corado em amarelo pelo ácido pícrico, que serve de corante de fundo. Os núcleos são corados pela hematoxilina férrica de Weigert. Para detalhes técnicos consultar a página de Histologia, neste site. 
Artérias. As artérias mostram membrana limitante elástica interna (ou, abreviadamente, só elástica interna), que aparece como uma linha negra sinuosa no limite interno da camada média. Quando há espessamento da camada íntima, como em muitos vasos nesta malformação, a elástica interna separa a média da íntima espessada.  Nas artérias da MAV há várias anormalidades, como duplicação da elástica interna, e pobreza ou ausência de fibras musculares lisas na camada média. 
Abaixo, detalhes de duas artérias, a da E. com estrutura praticamente normal, mostrando fibras musculares lisas na média (reconhecíveis por seus núcleos alongados, em forma de charuto), e a da D. quase sem músculo liso (média tem cor avermelhada devido ao predomínio do colágeno sobre o músculo liso). 
WvG. Veias. As veias, como já vimos no tricrômico de Masson, têm menos fibras musculares ou estas faltam, e não têm elástica interna definida.  Aqui, contudo, está um vaso cuja estrutura da camada média é sugestiva de veia, mas a membrana elástica interna está presente e até duplicada, salientando as graves anomalias de estrutura vascular nas MAVs. 
Um outro vaso, já visto em tricrômico de Masson, mostra fibras elásticas anômalas na área de fibrose, sugerindo que se trate (possivelmente) de uma artéria ocluída e fibrosada. 

 
Para comparar:  Artérias e veias normais em colorações para elástico.  Abaixo, artéria espinal anterior corada por Weigert-van Gieson (de outro caso, normal, para comparar). 
Pequena veia. Esta pequena veia do espaço subaracnóideo espinal foi corada por Verhoeff, outra técnica para elástico e colágeno. Colágeno também em vermelho. 

Reticulina. A técnica de prata para fibras reticulínicas também demonstra elegantemente a grande variação de calibres e espessuras de vasos na MAV. 
Reticulina.Lesão tecidual associada à MAV. Como já visto em HE, a MAV causa lesão anóxica do tecido nervoso próximo, resultando em gliose por proliferação astrocitária e até morte dos astrócitos. Neste caso, restam só capilares com traves de tecido conjuntivo. Os cortes para reticulina mostram bem estes detalhes. Na área de gliose, a reticulina fica restrita aos vasos, como em tecido nervoso normal. Onde há proliferação de capilares e tecido conjuntivo, mais profundamente, há abundantes fibras reticulínicas formando uma trama no interstício, já que a reticulina é um constituinte normal do tecido conjuntivo e dos vasos. 

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
S-100. 

Como marcador de tecidos de linhagem neural, a proteína S-100 é útil para demonstrar tecido gliótico, marcado em marron,  entre os vasos da MAV. Tecido fibroso não se cora. 


 
GFAP. Resultado semelhante ao com S-100.  Tecido glial em marrom, tecido fibroso (que não reage) em azul (só hematoxilina, coloração de fundo).  Astrócitos gemistocíticos são marcados. Alguns contêm grânulos de hemossiderina no citoplasma. 

 
NSE. Enolase neurônio-específica, outro marcador de tecido neural. Resultados semelhantes aos acima. 

 
 
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