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1. RMs de 2002 e 2005, destaques. |
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Masc.
43 a. Em maio de 2002, época do primeiro exame, queixas de
cefaléia de forte intensidade há 1 mês, perda súbita
da visão do olho D há uma semana. Também perda de
memória, crises epilépticas, e alteração motora
na mão D. Dois episódios de crise parcial tônico-clônica
em membro superior D. Exame neurológico – hemianopsia homônima
D, hemiparesia D.
Nesta página
- melhores imagens e comentários de 2 exames, em 2002
(pré-operatório) e 2005 (recidiva
após 3 anos).
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Lesão infiltrativa temporal E, atingindo o hipocampo, estendendo-se ao istmo do giro do cíngulo, com áreas de hipersinal no T1 sem contraste, que comprime o foramen de Monro e causa represamento liquórico no ventrículo lateral E. O tumor penetra pela fissura coróidea e vegeta no ventrículo lateral. No FLAIR, o tumor tem hipersinal, e nota-se bem a vegetação no ventrículo lateral e nas cisternas perimesencefálica e cerebelar superior, deformando o mesencéfalo. Portanto o tumor cresce ao mesmo tempo no espaço subaracnóideo e no ventrículo lateral, um comportamento diferente da maioria dos astrocitomas difusos. Com contraste, o tumor impregna-se apenas discretamente. Já há algum hipersinal no T1 sem contraste. |
MELHORES CORTES - AXIAIS. Grande tumor heterogêneo no lobo temporal E, com expansão medial comprimindo o mesencéfalo e a A. cerebral posterior E, e herniando à fossa posterior pela incisura do tentório. Lesão tem predominantemente hiposinal em T1, com focos de hipersinal, e mostra apenas mínima impregnação por contraste. Nos cortes com TR longo apresenta forte hipersinal, indicativo de caráter hidratado. Nos planos mais superiores, o tumor penetra no ventrículo lateral E e aí cresce extensamente, levando a seqüestro do corno posterior. | ||
T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE | FLAIR |
T2 | |
CORTES CORONAIS, T1 COM CONTRASTE. A partir do lobo temporal E, o tumor cresce medialmente para cima e para baixo. Para cima penetra e vegeta no ventrículo lateral E, comprimindo o plexo coróideo e levando à seqüestração da cavidade. Para baixo, insinua-se na cisterna perimesencefálica, passando para a fossa posterior à maneira de uma hérnia de uncus. A isto chamamos hérnia transtentorial descendente, no caso, tumoral. No processo há compressão do mesencéfalo e da artéria cerebral posterior E. Neste caso, porém, não houve um infarto calcarino, talvez porque a expansão do tumor foi lenta, permitindo acomodação das estruturas. | |
CORTES SAGITAIS, T1 SEM CONTRASTE. O tumor vegeta na cisterna ambiens (= cisterna perimesencefálica) e passa através da incisura do tentório para a fossa posterior, comprimindo o vermis cerebelar. No corte mostrado sem e com contraste, o tumor vegeta no interior do ventrículo lateral E, obstruindo-o ao nível do átrio, e seqüestrando o corno posterior, que ficou dilatado por acúmulo de líquor. | |
T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE |
ESPECTROSCOPIA DE PRÓTONS | |
Há aumento dos picos de colina e creatina, e diminuição do pico de NAA na região analisada, compatíveis com tecido tumoral. |
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Paciente foi operado em 2002 em outro serviço, com retirada extensa do tumor. Voltou em 2005 com cefaléia. A RM demonstrou lesão no ventrículo lateral E, que impregna. Conclusão : lesão residual ou recidiva tumoral. |
MELHORES CORTES - AXIAIS. Na primeira fila, cortes pela porção inferior dos lobos temporais, mostrando a extensa lacuna cirúrgica no temporal E, preenchida por líquor, que tem ausência de sinal em T1 e brilha forte em T2. Nas duas outras filas, lesão tumoral residual ou recidivada, preenchendo a porção principal do ventrículo lateral E. A massa tem isosinal em T1, hipersinal em T2 e impregna-se por contraste de forma irregular, por vezes forte. A impregnação indica quebra da barreira hemoencefálica e, portanto, proliferação vascular, um dos critérios de anaplasia segundo a OMS. | ||
T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE | T2 |
CORTES CORONAIS. Preenchimento da porção principal do ventrículo lateral E pelo tumor. Outras áreas da extensa lacuna cirúrgica não impregnam. O tumor dá intenso hipersinal em FLAIR testemunhando o alto grau de hidratação. As outras áreas com hipersinal em FLAIR margeando a lacuna cirúrgica correspondem provavelmente a gliose (cicatrização após a ablação do tumor). | |
T1 COM CONTRASTE | FLAIR |
CORTES SAGITAIS | |
T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE |
ESPECTROSCOPIA colhida da área tumoral mostra grande pico de colina em 3,2 ppm, que domina o espectro, e forte redução ou ausência do pico de NAA em 2 ppm. A falta de NAA indica ausência de neurônios e seus prolongamentos na região amostrada, já que se trata de tecido neoplásico apenas. A colina está envolvida no turnover de membranas, e sua elevação é forte evidência de crescimento tumoral. | |
Para os exames de 2002 e 2005 em detalhe, clique. |
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