Hanseníase  virchowiana de nervo periférico
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Masc.  30 a.   Biópsia de nervo sural. 
Multineurite confluente lentamente progressiva, sem história familial. Eletroneuromiografia sugestiva de neuropatia desmielinizante.  Hipóteses - hanseníase, neuropatia tomaculosa, neuropatia hipertrófica.  Tem biópsia de músculo peroneiro mostrando desnervação crônica. 

Este caso mostra lesões relativamente incipientes da hanseníase na forma virchowiana. Há preservação da arquitetura geral do nervo, estando os fascículos bem individualizados. A principal alteração diz respeito a infiltrado inflamatório crônico focal nos fascículos, e redução na população de axônios mielínicos.  Com a técnica de Ziehl visualizam-se os bacilos de Hansen, que são álcool-ácido resistentes. A imunohistoquímica permite individualizar os elementos próprios do nervo, como as células de Schwann e os axônios que restaram, bem como as células inflamatórias que participam do processo (macrófagos, linfócitos B e T). 

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Cortes  transversais.  Observa-se infiltrado inflamatório crônico focal nos fascículos, principalmente na periferia dos mesmos, atingindo o perinêurio. O epinêurio (tecido conjuntivo entre os fascículos) está poupado.  Para estrutura de um nervo normal para comparar, clique.
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Cortes longitudinais. 

Confirmam o caráter  focal do infiltrado, com áreas mais fortemente afetadas, mas há também células inflamatórias dispersas difusamente pelo fascículo. 

Infiltrado perivascular no epinêurio. Uma arteríola vizinha a um fascículo é circundada por infiltrado inflamatório crônico inespecífico. 
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Alterações no interior dos fascículos. Há perda da grande parte dos axônios mielínicos, fibrose do endonêurio (melhor notada com tricrômico de Masson, abaixo), e células inflamatórias mononucleares esparsas, inclusive plasmócitos.
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COLORAÇÕES  ESPECIAIS
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Tricrômico de Masson. As fibras colágenas do endonêurio coram-se em azul, e estão em quantidade aumentada, correspondendo à fibrose devida à reação inflamatória crônica causada pela hanseníase. Os axônios mielínicos se coram em vermelho pelo Masson, e aqui são raros, a grande maioria tendo degenerado pelo processo patológico. 
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Ziehl. Os bacilos de Hansen são vistos isolados ou em pequenos grupos (globias) no endonêurio. O caráter livre dos parasitas, praticamente sem reação macrofágica, caracteriza a hanseníase virchowiana. Na variedade tuberculóide da doença há reação granulomatosa (transformação de macrófagos em células epitelióides e gigantes), com efetiva destruição dos bacilos, que são raros e de identificação difícil. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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CD68. Este marcador para macrófagos é positivo em muitas células do endonêurio, mostrando que a população macrofágica é muito maior do que se poderia imaginar pelas colorações convencionais. 
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CD3. Marcador de linfócitos T, positivo nos fascículos, mais intensamente nos focos de infiltrado, mas com muitas células esparsas também no restante do endonêurio. 
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CD20. Marcador de linfócitos B, revela estas células em maior quantidade e mais densamente agrupadas que os linfócitos T acima. 
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S-100. Marca as células de Schwann do nervo como estruturas alongadas. Há marcação nuclear e citoplasmática. 
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NF. Proteína de neurofilamento é um bom marcador para axônios, tanto no sistema nervoso central como no periférico. Aqui, demonstra com elegância os finos axônios remanescentes. Há grande pobreza destes elementos, devido ao desaparecimento principalmente dos axônios maiores. Em cortes transversais, os axônios aparecem como pequenos pontos de material reativo esparsos pelo endonêurio.
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Sobre nervo normal.  Hanseníase:  na patologia geral;  no curso de neuromuscular: hanseníase T, hanseníase V
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