Aortite sifilítica

 



 
CAMADA    ADVENTÍCIA:
INFILTRADO  LINFOPLASMOCITÁRIO  FOCAL  (RIQUEZA  EM  PLASMÓCITOS)
ENDARTERITE  PRODUTIVA

 
ENDARTERITE PRODUTIVA


ARTERÍOLAS NORMAIS PARA COMPARAR



 
CAMADA MÉDIA:
INFILTRADO INFLAMATÓRIO INESPECÍFICO
NECROSE FOCAL



 
CAMADA ÍNTIMA:
PLACA DE ATEROMA

 
Lâm. A. 94.  Aortite sifilítica.   A sífilis, doença venérea causada pelo Treponema pallidum, afeta a aorta na sua fase terciária, ou seja, mais de dez anos após a infecção original. Os parasitas causam inflamação crônica inespecífica, caracterizada por infiltrado inflamatório de linfócitos e plasmócitos nos tecidos (portanto, linfoplasmocitário). 
      Lesões na adventícia da aorta. Na adventícia observam-se focos de infiltrado, onde os linfócitos predominam. Os vasa vasorum da adventícia, isto é, arteríolas que nutrem a camada média, mostram espessamento de sua íntima, levando a redução da luz. A isto se chama endarterite produtiva. Endarterite porque é uma inflamação da íntima (também chamada de endartéria) causada pelo espiroqueta; produtiva porque há produção local de células. Admite-se que a endarterite seja causada por reação imunológica, não pela presença de espiroquetas. 
      Lesões na média da aorta.  A endarterite produtiva dos vasa vasorum da adventícia da aorta é uma das lesões mais importantes e características da sífilis. Causa isquemia focal da média da aorta, podendo resultar em áreas de necrose. No reparo da necrose há formação de tecido fibroso colágeno sem fibras elásticas, o que diminui a elasticidade e a resistência do tecido nestes pontos. Nestas regiões mais fracas podem se desenvolver aneurismas (ver peça C-29), ou seja, dilatações localizadas e passíveis de ruptura. Na média também se observa infiltrado linfoplasmocitário. O infiltrado é pericapilar, e acredita-se que se deva a uma reação de hipersensibilidade tardia do tipo IV. Nesta fase terciária, parasitas seriam extremamente escassos no tecido. Para sua demonstração usa-se a técnica de impregnação pela prata de Warthin-Starry, ou imunoperoxidase. 
      Lesões na íntima da aorta.  Na íntima, é comum o aparecimento de placas de aterosclerose. Admite-se que sejam secundárias às lesões da média, que afetam também o endotélio, pois a íntima na aorta normal é muito fina. No presente exemplo vemos um pequeno trombo parietal, evidência de lesão endotelial. A placa é tão espessa quanto a própria média. Tem uma parte mais próxima à luz, composta por tecido fibroso e muscular liso, e outra mais profunda onde há acúmulo de lípides e colesterol. Este último se deposita como cristais na forma de agulhas.  Macroscopicamente estas regiões são amareladas já à inspeção da íntima. Ao corte o material lipídico é mole, com consistência de papa (atheros = papa). Há também deposição de cálcio. 

 
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