Meningioma
secretor.
Meningiomas
secretores são raros, correspondendo a cerca de 1,1 % dos meningiomas,
com incidência de 6 mulheres para um homem em um estudo (Tirakotai
et al., 2006) e respectivamente 1,6 % e 3:1, e 3% e 9:1 em outros (Colakoglu
et al, 2003; Probst-Cousin et al., 1997). Parece haver uma preferência
nítida por localizações anteriores, como nas asas
do esfenóide e região frontal (Probst-Cousin et al., 1997).
Corpos pseudopsamomatosos.
Esta variedade de meningioma é caracterizada pela presença,
em parte das células neoplásicas, de inclusões citoplasmáticas
chamadas de corpos pseudopsamomatosos (termo proposto por Kepes,
1961). As inclusões são redondas, bem delimitadas, fortemente
eosinófilas, PAS positivas, e circundadas por halo claro. Parecem
corresponder a uma secreção proteinácea das próprias
células neoplásicas. Pode haver vários corpúsculos
em uma única célula. De resto, o tumor tem aspecto de um
meningioma meningotelial ou transicional bem diferenciado. Este tipo de
meningioma não parece ter comportamento agressivo.
Edema cerebral.
Há relatos que favorecem uma associação mais comum
dos meningiomas secretores com edema da substância branca peritumoral.
No trabalho de Buhl et al. com 11 casos de meningioma secretor, todos eram
mulheres e a incidência de edema peritumoral foi 82% contra 50 a
66% nos meningiomas em geral. Na série de Probst-Cousin S et al.,
(1997) houve edema leve a severo em 84%.
Imunohistoquímica.
Tanto as inclusões, como o citoplasma das células que as
contêm, são positivos para antígeno cárcino-embriônico
(CEA). Há relatos de aumento dos níveis liquóricos
e séricos de CEA (Louis et al, 1991). As células e/ou
inclusões são também positivas para AE1AE3 (queratinas),
a1-antitripsina
e ubiquitina (Colakoglu et al, 2003).
Microscopia eletrônica.
Os
espaços intracelulares que contêm as inclusões são
forrados por microvilos. O corpúsculo em si tem aspecto variável,
desde amorfo a vários padrões estruturais. Os achados morfológicos
e imunohistoquímicos favorecem a interpretação de
que as células nos meningiomas secretores apresentam diferenciação
glandular. (Probst-Cousin et al., 1997).
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