Ependimoma  anaplásico  temporal D. 
2. Imunohistoquímica

 
GFAP. Positividade citoplasmática variável, com predomínio em áreas perivasculares. 
VIM. Positividade citoplasmática intensa e difusa. 
S100. Positividade citoplasmática intensa e difusa, e nuclear na maior parte das células. 
NSE. Positividade citoplasmática difusa. 
EMA. Antígeno epitelial de membrana. Positividade é descrita em ependimomas, onde delineia a superfície de rosetas e canais ependimários (clique, para exemplo).  No caso, onde estas diferenciações não foram encontradas, EMA mostrou positividade citoplasmática variável, mais nítida em áreas perivasculares. 
AE1AE3. Pancitoqueratina. Positividade focal, predominando em áreas perivasculares. 
HMB-45. Em certas áreas, células neoplásicas, principalmente perivasculares, foram marcadas por este anticorpo utilizado no diagnóstico de melanomas.  A positividade era citoplasmática e delineava prolongamentos celulares.   O achado foi inesperado e causou dúvidas diagnósticas com um melanoma metastático, depois dirimidas em favor de ependimoma anaplásico pelo conjunto dos achados.  Na literatura, há relatos de positividade de HMB-45 em gliomas, inclusive ependimomas (ver abaixo ).  Para um caso de ependimoma pigmentado, clique.
KI-67. Marcador de proliferação celular, positivo em 20 a 30% dos núcleos.
p53.   Positividade variável na maioria dos núcleos. 

 
Ependimoma vs HMB-45. 

Russell e Rubinstein (1989) reviram a literatura sobre melanina em ependimomas, citando dois casos observados pessoalmente, um no lobo temporal de uma mulher de 30 anos e outro no IVo ventrículo de um homem de 36 anos. A produção de melanina em tumores neuroectodérmicos é muito rara e descrita em uma variante de meduloblastoma, em tumores malignos do plexo coróide, em neuroblastoma do olfatório e em pineoblastomas (melanina pode ser expressa transitoriamente na glândula pineal no período fetal). Concluem que células neuroepiteliais centrais são capazes de formação de melanina em melanossomos. 

Uma breve revisão da literatura atual via PubMed mostra que, embora incomum, a positividade para HMB-45 já foi reconhecida em vários gliomas, inclusive ependimomas. 

Em um estudo com o anticorpo monoclonal HMB-45, Zimmer et al (1992) examinaram 155 tumores não melanóticos do sistema nervoso central e periférico. Foi encontrada reação positiva em gliossarcomas, PNETs, ependimomas, schwannomas malignos e hamartomas intracranianos, além de 2 plasmocitomas e 4 carcinomas metastáticos. Os autores aconselham cautela na interpretação de imunorreatividade para HMB-45 em tumores do sistema nervoso. 

Taddei et al (1991) pesquisaram melanossomos em oligodendrogliomas, um tumor em que uma variedade melanótica nunca foi descrita. Foram examinados 30 espécimes de 19 pacientes, sendo 19 tumores primários e 11 recidivas. Usando amplificação catalizada de sinal, positividade para HMB-45 foi detectada em 3 (10%) dos oligodendrogliomas. Exame ultraestrutural demonstrou estruturas semelhantes a melanossomos. 

Em um estudo de carcinomas metastáticos e gliossarcomas, Gottschalk et al (1992) encontraram positividade para HMB-45 em 2 de 20 carcinomas metastáticos ao cérebro e 3 de 6 gliossarcomas. 

Chan et al (2003) relatam caso de ependimoma pigmentado no IVo ventrículo de um homem de 45 anos. Algumas células tumorais continham pigmento marrom no citoplasma, que, histoquimicamente, mostrou ser uma mistura de lipofuscina e neuromelanina. Raras células pigmentadas expressavam HMB-45. Produção de lipofuscina pode ocorrer em células ependimárias normais.  Neuromelanina é uma forma melanizada de lipofuscina. Em outros casos relatados o pigmento era somente melanina. 

Nichols e Dias (1995) descreveram um ependimoma melanótico em um sagüi (Goeldi’s marmoset, Callimico goeldii). 

Segundo Chi et al. (1997), melanócitos e células gliais são derivados embriologicamente do neuroectoderma. As células tumorais correspondentes (de melanomas e gliomas) podem, portanto, compartilhar antígenos. Os autores estudaram a expressão de mRNA para antígenos associados a melanoma em espécimes de gliomas: glioblastoma multiforme (n = 21), astrocitoma anaplásico (n = 3), ependimoma (n = 2), meningioma (n = 3), oligodendroglioma (n = 1), e melanoma (n = 12) e em linhagens cultivadas de células de glioblastoma multiforme, astrocitoma e melanoma. Observaram que certos mRNAs de antígenos associados a melanoma eram expressados tanto nos tumores gliais como em células gliais cultivadas, em freqüência variável. 

Banerjee e Harris (2000) observaram que, muito raramente, neurofilamento e GFAP podem ser expressados em melanomas. 
 

Refs: 
Banerjee SS, Harris M.  Morphological and immunophenotypic variations in malignant melanoma. Histopathology 36: 387-402, 2000. 

Chan AC et al.  Pigmented ependymoma with lipofuscin and neuromelanin production. Arch Pathol Lab Med 127:872-5, 2003. 

Chi DD et al.  Molecular detection of tumor-associated antigens shared by human cutaneous melanomas and gliomas. Am J Pathol 150:2143-52, 1997. 

Gottschalk J et al.  Epithelial and melanoma antigens in gliosarcoma. An immunohistochemical study.  Pathol Res Pract 88:182-90, 1992.

Nichols DK, Dias JL.  Melanotic ependymoma in a Goeldi's marmoset (Callimico goeldii). J Med Primatol. 24:49-51, 1995.

Russell DS, Rubinstein LJ. Pathology of Tumours of the Nervous System. 5th Ed. Arnold, London, 1989. pp 202-3. 

Taddei GL et al.  Oligodendroglioma: HMB-45 positivity using catalyzed signal amplification method: an immunohistochemical (HMB-45, CD31, p53, Mib-1) and ultrastructural study. Appl Immunohistochem Mol Morphol 9:35-41, 2001.

Zimmer C et al.  Melanoma-associated antigens in tumours of the nervous system: an immunohistochemical study with the monoclonal antibody HMB-45.  Virchows Arch A Pathol Anat Histopathol 420:121-6, 1992.
 


 
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