Linfoma de íleo e linfonodos mesentéricos

 

 

 

 
Peça TGI-4. Linfoma de íleo e linfonodos mesentéricos.  A peça apresenta um segmento de íleo e duas massas neoplásicas de tamanhos semelhantes. Uma está situada na parede do próprio íleo e desloca a luz. A outra é constituída por linfonodos mesentéricos muito aumentados de volume e fundidos pelo crescimento neoplásico. O tumor é um linfoma, neoplasia de tecido linfóide, mais freqüentemente do tecido linfóide associado à mucosa, chamado MALT. No intestino delgado, outros tipos de neoplasia maligna, inclusive o carcinoma, são raros. O aspecto do tumor ao corte é homogêneo e de cor rósea.  Para um exemplo de linfoma de estômago, ver peça TGI-7.

 
LINFOMAS  M.A.L.T.
            Cerca de 40% dos linfomas se iniciam fora dos linfonodos e o TGI é a localização mais comum nestes casos. Linfomas chegam a constituir cerca de 5% dos tumores malignos do estômago (os outros sendo adenocarcinomas) e se assemelham aos de intestino. Originam-se de linfócitos B do tecido linfóide associado à mucosa (mucosa-associated lymphoid tissue ou MALT).  Por definição, nos linfomas primários do TGI não há acometimento do fígado, baço ou medula óssea quando do diagnóstico, embora envolvimento dos linfonodos regionais possa já ocorrer. A localização preferencial dos linfomas MALT é no estômago (55-60%), seguindo-se o intestino delgado (25-30%), cólon proximal (10-15%) e distal (<10%).

            A principal importância dos linfomas primários do TGI está em que podem se comportar como tumores focais na sua fase inicial, e portanto ser passíveis de remoção cirúrgica. Nisto diferem dos linfomas originados em linfonodos. Também, recidivas podem ficar restritas ao TGI. Por isso, seu prognóstico é melhor que os linfomas primários de linfonodos. A sobrevida de 10 anos para pacientes com doença limitada à mucosa e submucosa é atualmente de 85%.  Há associação de linfomas gástricos com infecção por Helicobacter pylori, que aumenta a população de células inflamatórias na mucosa gástrica. Linfomas MALT também diferem de linfomas de outros locais por apresentarem mutações genéticas praticamente exclusivas. 

            Macroscopicamente, a tendência é que a lesão inicial se apresente como espessamento em placa da mucosa e submucosa gástricas, onde está situado em grande parte o tecido linfóide. Segue-se infiltração difusa das camadas, com espessamento esbranquiçado da parede, borramento e eventual perda das pregas da mucosa. Clinicamente, os sintomas são vagos e insidiosos, como fraqueza, inapetência  e perda de peso. Há diminuição da motilidade gástrica, podendo ocorrer perda de sangue, obstrução ou perfuração. Esta pode seguir-se à necrose secundária a quimioterapia. 


 
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