Sarcoma
de Kaposi.
É um tumor raro, multicêntrico, de moderado grau de malignidade.
A forma clássica ou crônica deste tumor (descrita em 1872)
afeta predominantemente pessoas idosas, iniciando-se como manchas ou
placas múltiplas de cor avermelhada ou violácea na pele
das extremidades inferiores e progredindo para regiões mais proximais.
O curso é crônico, indolente e geralmente não leva
a óbito.
Sarcoma de Kaposi na AIDS.
O sarcoma de Kaposi ganhou especial atenção com a epidemia
de AIDS (a partir de 1981). No início, era a neoplasia mais freqüente
em pacientes com esta imunodeficiência, especialmente em homens homossexuais.
Contudo, em anos recentes, sua incidência tem diminuido consideravelmente
(79% dos pacientes em 1981; 25% em 1989; 9% em 1992), o que reflete a menor
proporção de homossexuais masculinos no conjunto de pacientes
com AIDS (96% de todos os casos de sarcoma de Kaposi relacionado à
AIDS ocorrem neste grupo de risco).
Há tendência das lesões do SK na AIDS envolverem linfonodos
e o trato gastrointestinal já em fase precoce. Porém, é
mais freqüente que o óbito ocorra por infecções
oportunistas do que por conseqüência direta do tumor.
Cerca de um terço dos pacientes com AIDS e SK apresentam mais tardiamente
outro tumor, geralmente um linfoma.
Patogênese, morfologia. As
células que constituem o tumor são fusiformes e sua origem
não foi esclarecida. Admite-se que sejam células mesenquimais
imaturas ou células endoteliais, cuja proliferação
seria causada pelo HIV e/ou Herpesvirus humano tipo 8, e é
influenciada por citocinas que controlam o crescimento celular. O aspecto
histológico é de proliferação de células
fusiformes e endoteliais, com formação de capilares e extravasamento
de hemácias, daí a cor vermelha das lesões na macroscopia.