Ganglioglioma anaplásico. 
3. IH para marcadores gliais (GFAP, VIM, S-100), nestina
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Fem. 52 a.  Clique para : exames de imagem, macro, esfregaço, lâminas escaneadas, parafina HE, e imunohistoquímica para marcadores neuronais, CD34, Ki-67
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Destaques  da  imunohistoquímica. 
GFAP.  Marcação de células de aspecto astrocitário. Maioria das células negativa VIM.  Idem  S-100.  Positividade nuclear e citoplasmática predominando em células perivasculares
Nestina.  Positividade citoplasmática em parte das células neoplásicas. SNF. Positiva em células isoladas, algumas com núcleo semelhante ao de neurônios  Cromogranina.  Aspecto semelhante
MAP2 (tumor).  Positivo no citoplasma da maioria das células neoplásicas (indicaria linhagem neuronal) MAP2 (cérebro). Positivo em neurônios piramidais no córtex cerebral limítrofe ao tumor (controle interno positivo). NeuN (tumor). Positividade nuclear e citoplasmática (esta, leve) em parte das células neoplásicas (maior no centro dos lóbulos)
NeuN (cérebro). Positivo em neurônios piramidais no córtex cerebral limítrofe ao tumor (controle interno positivo). CD34.  Positivo em vasos, negativo no tumor. Ki-67. Positividade em cerca de 60% dos núcleos das células neoplásicas.
Para macroscopia, esfregaço, lâminas escaneadas e destaques da histologia em HE, clique. 
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GFAP. 

A positividade das células neoplásicas para esta proteína própria de células gliais mostra predomínio perivascular.  A maioria das células marcadas está concentrada junto aos eixos conjuntivo-vasculares. 

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GFAP. 

No interior dos lóbulos, a grande maioria das células é negativa, mas há várias células isoladas fortemente marcadas. 

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GFAP. 

Nesta outra área, as células do centro do lóbulo são também positivas.  Estas variações sugerem organização estrutural, como se pretendessem formar um órgão (formações organóides).  Esta tendência não é vista nos astrocitomas difusos, mas lembra tumores como o meduloblastoma desmoplásico. Este forma ilhotas, com expressão diferenciada de antígenos no interior e fora das mesmas. 

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Células GFAP-positivas com aspecto de astrócitos. 

Células com positividade citoplasmática para GFAP podem ter feições morfológicas de astrócitos ou de neurônios. Abaixo, exemplos de células marcadas, cujo aspecto do núcleo e do contorno celular lembram astrócitos, vários dos quais gemistocíticos. 

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Células GFAP-positivas com núcleos lembrando neurônios.  Contudo, há várias células claramente marcadas no citoplasma, cujo núcleo tem as características  de  neurônios : núcleo volumoso, cromatina frouxa e nucléolo proeminente. Apesar do aspecto nuclear sugestivo de linhagem neuronal, a expressão forte de GFAP obriga a reconhecê-las como de natureza astrocitária. 
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Células  GFAP-positivas na periferia dos vasos.   Células próximas aos vasos e traves conjuntivas (ou seja, na periferia dos lóbulos tumorais) tendem a ser marcadas para GFAP (portanto, exibem fenótipo astrocitário). 
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Mitoses.   A maior parte das mitoses, abundantes neste espécime, ocorre em células GFAP negativas. Há escassos exemplos em células GFAP positivas. 
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Maioria das células são GFAP-negativas.  A grande maioria das células do tumor não se marca para GFAP. Poderiam pertencer a outras linhagens, como neurônios ou oligodendrócitos, ou seriam simplesmente indiferenciadas.
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VIM. 

Vimentina praticamente repete os achados com GFAP, acima.  As células positivas concentram-se nos eixos conjuntivo-vasculares. No interior  dos lóbulos tumorais há marcação de células isoladas.  A maioria tem feições morfológicas de astrócitos, mas outras têm núcleos com nucléolos, próprios de neurônios.

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VIM - Células com morfologia astrocitária.   Há grande variação morfológica, células binucleadas, citoplasma de escasso a amplo, tomando aspecto gemistocítico  e chegando a formas grotescas. 
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VIM - Células com morfologia neuronal.  Núcleos grandes, redondos, com cromatina frouxa e nucléolo evidente são semelhantes aos de neurônios maduros. Várias células do tumor mostram esta morfologia e poderiam ser consideradas de linhagem ou diferenciação neuronal. Contudo, parte delas é positiva para vimentina, um filamento intermediário que neurônios não expressam. Portanto, devem ser de linhagem glial (astrocitária), apesar da aparência do núcleo. 
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VIM - Mitoses.  Mitoses são abundantes no tumor, que tem um índice Ki-67 da ordem de 60%. A grande maioria é vista em células vimentina-negativas (seriam menos diferenciadas, mais propensas a divisão), mas há exemplos isolados de mitoses em células vimentina-positivas (já com diferenciação astrocitária). 
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S-100. 

Os achados com proteína S-100 de modo geral recapitulam os já mostrados acima com GFAP e vimentina. As células positivas são mais numerosas na periferia dos vasos. A positividade é nuclear e citoplasmática. 

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S-100 - positividade nuclear e citoplasmática.  Na maioria, as células positivas exibem marcação no núcleo e no citoplasma e feições morfológicas próprias de astrócitos. 
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S-100 - Núcleos de neurônios. Células com nucléolos proeminentes lembrando neurônios podem ser S-100 positivas ou negativas (estas, mais numerosas). 

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Nestina. 

Nestina é um filamento intermediário próprio de células imaturas ou em rápida proliferação, e é descrita em vários tumores neurais, especialmente gliomas de alto grau e tumores primitivos ou pouco diferenciados. Para breves textos sobre nestina e filamentos intermediários, clique.

Neste ganglioglioma anaplásico, há expressão variável de nestina em parte das células. A marcação é sempre citoplasmática, pois trata-se de uma proteína do citoesqueleto, e vai de pálida a intensa.  Ao contrário dos antígenos acima (GFAP, VIM, S-100), não há concentração das células marcadas na periferia dos lóbulos ou na interface com vasos. 
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Nestina  em  células  lembrando  astrócitos.  Marcação para nestina é observada tanto em células cuja morfologia seria sugestiva de astrócitos (neste quadro), como de neurônios (núcleo grande, vesiculoso e nucléolo evidente, ver quadro abaixo).  Células positivas e negativas coexistem lado a lado. 
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Nestina  em  células  lembrando  neurônios. 
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Nestina  em  células  em mitose.  A grande maioria das células em mitose, abundantes no espécime, são negativas para nestina (de certa forma contradizendo a premissa da literatura, de que nestina é própria de células imaturas ou em rápida proliferação). As poucas mitoses observadas em células nestina-positivas estão documentadas. 
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Imunohistoquímica para nestina em colaboração com o Dr. Fábio Rogério, 
médico contratado do Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. 
Preparações pela técnica Ana Cláudia Sparapani Piaza. 
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Para mais imagens deste caso:
RM Macro, esfregaço HE IH - Marcadores neurais, CD34, Ki67
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Sobre  gangliogliomas : textos  (1) (2) Características de imagem Outros casos :  Neuroimagem e neuropatologia
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