Lâm.
A. 149. Adenocarcinoma do reto. A lâmina
mostra um segmento de intestino grosso, em parte com estrutura normal,
e em parte com adenocarcinoma. A estrutura normal da parede colônica
é evidente já na imagem escaneada da lâmina em cima
(metade esquerda), notando-se as quatro camadas (mucosa, submucosa, muscular
e serosa) e as pregas da mucosa. Na metade direita há perda da estrutura
pela presença do tumor, que tem crescimento exofítico
(fazendo saliência na luz, portanto um pólipo) e endofítico
(infiltra todas as camadas até a serosa).
Na mucosa normal, as glândulas (também chamadas de criptas
glandulares) têm estrutura regular e, em cortes transversais,
lembram um 'canteiro de margaridas'. As glândulas são
compostas por células colunares e células caliciformes,
indicando diferenciação em dois tipos celulares morfologica-
e funcionalmente distintos.
No adenocarcinoma há perda da arquitetura normal organizada. Na
maior parte das áreas, as células formam glândulas
com luz (diz-se que o tumor nestas áreas é bem diferenciado).
Porém há perda da diferenciação em células
colunares e caliciformes, notam-se atipias nucleares e mitoses. Em algumas
glândulas nota-se o aspecto cribriforme (há várias
pequenas luzes lembrando um crivo ou peneira). O tumor infiltra todas as
camadas, da mucosa (onde se originou), passando pela submucosa, muscular
até a serosa, onde se observam células neoplásicas
junto aos adipócitos. Nesta região nota-se a chamada reação
desmoplásica (desmo = conjuntivo; plasia = produção),
que é a produção de tecido fibroso induzida pelas
células neoplásicas. Este fenômeno é observado
em muitos tumores, e depende da secreção pelas células
tumorais de fatores hormonais locais que estimulam a proliferação
de fibroblastos e produção de colágeno, dando ao tumor
consistência dura. |