Silicose  pulmonar
Lam. A. 315

 

 
 
A silicose produz fibrose pulmonar difusa e pneumopatia restritiva, levando a intensa dispnéia, inicialmente aos esforços, depois em repouso. São necessários vários anos de exposição ao pó de sílica para produzir a doença. Porém, uma vez instalada, é irreversível, mesmo que o indivíduo se afaste das fontes de contaminação. A fibrose pulmonar reduz o leito vascular capilar do pulmão e causa hipertensão no circulação pulmonar. Isto resulta na hipertrofia e dilatação do VD (cor pulmonale) (ver peça). 

Em aumento fraco, notam-se no parênquima pulmonar numerosos nódulos constituídos por tecido fibroso e células inflamatórias crônicas, principalmente linfócitos, plasmócitos e macrófagos.  Esses nódulos são chamados nódulos silicóticos, porque são reacionais à sílica, a causadora da reação inflamatória e da fibrose. Entre eles há alvéolos com estrutura relativamente preservada. 

 
Examinando-se um nódulo silicótico, observa-se facilmente um pigmento preto, que é antracose, igual à já demonstrada na lâmina A. 209. Menos óbvia é a sílica, que é constituída por partículas incolores como diminutos caquinhos de vidro. Para observá-la, pode-se abaixar o condensador do microscópio e mexer no foco micrométrico para cima e para baixo. Logo se notam pequenos cristais refringentes, que ora brilham, ora desaparecem, dependendo da profundidade do foco. Isto ocorre porque os cristais de sílica (uma forma de quartzo) se comportam como minúsculas lentes. As animações abaixo foram montadas combinando duas imagens do mesmo campo em focos diferentes. As mais embaixo estão escuras devido à posição do condensador. O condensador baixo muda a incidência dos raios de luz, facilitando a visualização das partículas. 

 
 

USO  DE  LUZ  POLARIZADA  PARA  PESQUISA  DE  SÍLICA

            Um meio eficiente de pesquisar sílica é o exame do corte em luz polarizada. Para isso são necessários dois polaróides (películas que polarizam a luz), um colocado entre a fonte luminosa (lâmpada comum) e a lâmina, e outro entre a lâmina e o olho do observador. 
            A luz comum vibra em vários planos. A luz que passa pelo primeiro polaróide tem todos os planos de vibração bloqueados, menos um.  Se a luz passa então pelo segundo polaróide cujo plano é 90 graus em relação ao primeiro, toda luz é bloqueada e o observador vê só campo escuro. 
            Cristais em geral, incluindo os de sílica, giram o plano de vibração da luz polarizada. Portanto, a luz quando passa pelo segundo polaróide não é totalmente bloqueada, pois seu plano de vibração foi alterado. Neste caso, o observador vê os cristais como partículas brilhantes sobre um fundo escuro. 
            Embaixo, temos duas imagens do mesmo campo, a da E. feita em luz comum, a da D. em luz polarizada. As partículas de sílica brilham intensamente;  o restante do campo fica escuro. 


 
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